A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) elege hoje um novo presidente que assumirá o comando sobre a formulação de normas para comercialização de organismos geneticamente modificados no País. A nova gestão, cujo mandato terminará no início de 2012, terá que enfrentar muita polêmica nos debates sobre eventuais alterações na legislação de monitoramento pós-liberação comercial dos transgênicos, um legado da gestão de Walter Colli.
Sob pressão de grupos de defesa do meio ambiente e de direitos do consumidor, o presidente também terá que conduzir as discussões sobre aprovação de variedades de arroz transgênico. Na fila da CTNBio, que incorporou recentemente nove novos membros, há oito produtos à espera de aprovação comercial, desde arroz, soja, milho e cana até vacinas contra doenças animais.
Quatro cientistas são os mais cotados para substituir o médico bioquímico Walter Colli até o início de 2012. O geneticista Edílson Paiva é um dos favoritos. Atual vice-presidente, Paiva teria a simpatia do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, por seu alinhamento em favor do ritmo acelerado da aprovação de novos transgênicos no Brasil. Pesquisador da Embrapa, tem mais dois anos de mandato como membro-titular, mas enfrenta oposição de cientistas que defendem análise mais detalhada de aspectos de biossegurança dos transgênicos.
Outro forte concorrente é o químico Antônio Euzébio Goulart Santana, professor da Universidade Federal de Alagoas. Respeitado pela “oposição” interna, Euzébio conduziu com serenidade os debates mais intensos na subcomissão setorial vegetal e ambiental. O geneticista Aluízio Borém, da Universidade Federal de Viçosa, também figura como um dos principais candidatos ao cargo.
A bióloga geneticista Maria Lúcia Carneiro Vieira, professora da Esalq-USP, também está bem cotada. Em caso de impasse, ainda poderiam ser apresentados como candidato oficial do ministro o atual secretário de Políticas e Programas do MCT, Luiz Antonio Barreto de Castro. De outro lado, o “anticandidato” seria o geneticista Paulo Kageyama, professor da Esalq-USP.