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Commodities

Em Chicago, dados fracos de embarques nos EUA derrubam grãos

Soja, milho e trigo recuaram na sessão desta quinta

Em Chicago, dados fracos de embarques nos EUA derrubam grãos

Os preços dos grãos tiveram queda expressiva na bolsa de Chicago na sessão desta quinta-feira, após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgar dados semanais de exportação que ficaram aquém das expectativas do mercado.

O contrato da soja com entrega para novembro, de maior liquidez atualmente, subiu 1,96% (27,25 centavos de dólar), a US$ 13,6225 o bushel. Mais cedo, o USDA informou que as vendas líquidas de soja dos EUA para o exterior somaram 238 mil toneladas para as duas safras. O número ficou abaixo da expectativa dos investidores, o que provocou um movimento de realização de lucros.

“Enquanto a média do mercado esperava as vendas totais [safra atual e próxima] de 370 mil toneladas, os dados do USDA apontaram vendas líquidas 24% menores que o volume da semana anterior”, disse ao Valor Guilherme Bellotti, gerente de consultoria Agro do Itaú BBA.

No milho, o movimento foi parecido. A notícia de que houve mais cancelamentos de vendas do que compras na última semana pressionou as cotações. O vencimento do cereal para dezembro, o mais negociado, caiu 1,28% (7,25 centavos de dólar), a US$ 5,6125 o bushel.

Na semana encerrada no dia 15 de julho, houve mais cancelamentos de vendas do que acertos de novos contratos, e o saldo líquido ficou negativo em 88,5 mil toneladas. A China cancelou a importação de 160 mil toneladas de milho americano no período.

Para o analista Luiz Fernando Roque, da consultoria Safras & Mercado, a notícia foi um gatilho para que os operadores realizassem lucros. Mas, declínio dos preços à parte, os fundamentos ainda são muito sólidos para o cereal, avalia. “Os números de hoje não foram nada fora do normal, se considerarmos que tivemos vendas bem expressivas durante o ano-safra que acaba em agosto e para a nova safra também. Não vejo motivo nos fundamentos para o mercado cair, apenas uma janela para realizar lucros”, disse.

Roque afirma ainda que, nas próximas sessões, os investidores deverão continuar de olho na previsão do tempo para o Meio-Oeste americano e estimando os rumos da produtividade das lavouras americanas. O índice será o principal foco do relatório de oferta e demanda do USDA que sai em agosto.

“O mercado segue olhando para o clima, que continua bem desfavorável. Não tem melhora prevista. Os mapas apontam para 14 dias com poucas chuvas e temperaturas muito elevadas, e algo parecido para daqui um mês. O grande fator é agora a produtividade e o consequente reflexo na produção e nos estoques finais”, conclui o analista.

O trigo fechou em queda, após uma sequência de seis altas consecutivas na bolsa de Chicago. O contrato do cereal para setembro, o mais negociado, recuou 2,6% (18,5 centavos de dólar), a US$ 6,9225 o bushel. Na posição seguinte, dezembro, a baixa foi de 2,54% (18,25 centavos de dólar), a US$ 7,0150 o bushel.

Entre o dia 13 e ontem, o papel para setembro acumulou valorização de 12,1%, ou 77 centavos de dólar. Com isso, já se esperava uma realização de lucros.

O trigo recuou mesmo com o aumento de suas exportações na última semana. Segundo o USDA, os embarques americanos do cereal somaram 473,2 mil toneladas na semana até o dia 15, volume 11% maior que o da semana anterior e 44% superior à média de quatro semanas. O maior comprador foi a China, que importou 135,5 mil toneladas.