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Embrapa em greve

A partir de hoje (29/06) os cerca de 10 mil trabalhadores da estatal vinculada ao Mapa cruzam os braços por tempo indeterminado.

A partir de hoje os cerca de 10 mil trabalhadores da estatal vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cruzam os braços por tempo indeterminado.
   
O primeiro ato da mobilização acontece no próximo dia 29, na rodoviária do Plano Piloto de Brasília. Na ocasião, o Sinpaf distribuirá alimentos para a população e alertará sobre a necessidade da Embrapa servir também ao povo brasileiro e não apenas ao agronegócio.
   
Além das cláusulas econômicas, que incluem reajuste salarial de 10,51%, a categoria luta para estabelecer uma mesa de negociação e combater a postura da empresa que atua de forma autoritária e impõe medidas como banco de horas e tabela salarial sem discutir com a categoria.
   

O exercício da atividade sindical também é alvo de perseguições. No último dia 20, o chefe do setor de informação da Embrapa no Pará, Afonso Cardoso, foi exonerado após duas décadas de serviços prestados à empresa por aderir ao movimento de paralisação no início da semana passada, que serviu como alerta para tentar estabelecer o diálogo.
   
“Há uma série de punições em andamento sem processo administrativo e sem direito à defesa. A Embrapa, inclusive, é alvo de uma ação civil pública contra assédio moral”, comenta Vicente Almeida, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento (Sinpaf), filiado à CUT.
   
O dirigente conta que os trabalhadores montaram comissões paritárias com representantes da empresa para apurar as demissões imotivadas. Mas, a companhia se nega a publicar o relatório, que detalha o cenário de precarização e deixa claro o desrespeito à Lei 9784/1999, responsável por proteger os direitos dos administrados.
   
Outro obstáculo é a discussão sobre um plano de cargos e salários, que enfrenta a intransigência da administração da empresa, assim como a prorrogação do atual acordo coletivo de trabalho, há 60 dias em debate.
   
De acordo com o presidente da entidade, o crescimento da atuação da empresa acompanha direitamente o aumento da terceirização e a queda do número de funcionários. “A empresa atua em 56 países e, no Brasil, apenas não está presente no Rio Grande do Norte, no Espírito Santo e em Alagoas. Porém, temos hoje 9.500 trabalhadores, enquanto tínhamos 12 mil em 1982. Há um aumento da demanda e um déficit de mão de obra, o que gera uma expansão significativa de casos de doenças ocupacionais”, avalia Almeida. As informações são do Sinpaf/Agência CUT.