Em 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) registrou um lucro social de R$ 85,12 bilhões, conforme revelado em seu último balanço. O valor é resultado da avaliação do impacto econômico e socioambiental de 182 soluções tecnológicas e 110 cultivares desenvolvidas pela empresa.
O cálculo do lucro social incluiu benefícios como aumento de produtividade, redução de custos de produção, valor agregado ao produto final e a expansão de cultivo em novas áreas. A receita líquida da Embrapa, que é vinculada ao Ministério da Agricultura, alcançou R$ 4,01 bilhões no ano passado, com um retorno social de R$ 21,23 para cada real investido.
Em comparação a 2022, houve uma queda de 30% no lucro social, que naquele ano atingiu R$ 122,14 bilhões. Esse decréscimo deve-se em grande parte à menor contribuição da fixação biológica de nitrogênio (FBN) na soja, que em 2022 teve um aumento significativo no seu impacto econômico devido ao aumento dos preços dos fertilizantes nitrogenados provocado pela guerra entre países produtores. Em 2023, com a normalização dos preços da ureia, o mercado e o uso da FBN se estabilizaram.
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A Embrapa também destacou que a proporção entre o lucro social e a receita operacional líquida voltou a níveis considerados normais, situando-se em 21,23 em 2023, indicando que para cada real investido, a sociedade recebeu um retorno de 21 vezes.
O balanço social ainda apontou que as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa foram responsáveis pela criação de 66,2 mil novos empregos no Brasil em 2023. Ainda que tenha ocorrido uma redução nos valores do lucro social e um recuo nos resultados da FBN na soja, houve um aumento de 5% nos estudos de impacto comparado ao ano anterior, com a adoção de tecnologias da empresa, como inoculantes solubilizadores de fosfato, crescendo de 339,6 mil hectares em 2020 para quase quatro milhões de hectares em 2023.
Os R$ 85,12 bilhões de lucro social da Embrapa em 2023 incluem R$ 3,4 bilhões referentes aos impactos das cultivares e cerca de R$ 1,1 bilhão oriundos dos indicadores sociais e laborais. As práticas de manejo e correção de solo, que representam quase 64% do impacto econômico e socioambiental, lideram os benefícios, seguidas pela produção animal, sistemas e serviços, além de outros setores como frutos, castanhas e hortaliças.
