A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai ampliar sua atuação internacional a partir do mês que vem, quando começa a funcionar uma representação no Panamá.
A unidade faz parte de um processo de expansão da difusão do conhecimento do Brasil em tecnologias agropecuárias em países com pouco desenvolvimento no setor agrícola. Já ganharam escritórios a África e a Venezuela.
“O objetivo é aumentar a relação internacional e a proximidade entre os países. Transferir tecnologia, capacitar técnicos e poder colaborar com o crescimento desses países”, conta o gerente da Embrapa em Campinas, Fernando Matsuura, que coordena, do Brasil, os trabalhos no escritório da Venezuela.
Matsuura conversou com a reportagem do G1 na feira internacional de agronegócios Agrishow, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O gerente disse que a empresa tem também representações nos Estados Unidos e na França, mas nesses locais o objetivo é um pouco diferente. “Fazemos um intercâmbio de conhecimento, aprendemos as novas técnicas e entendemos as demandas dos países”, relata.
A atuação em parceria com a Venezuela e com a África, no entanto, não ajudam somente os parceiros. A indústria brasileira também se fortalece, conforme explicou Fernando Matsuura. “A indústria ganha porque nesses países a produção de máquinas não é avançada como no Brasil. E como temos essa parceria, os países se interessam pelos nossos equipamentos.”
De acordo com o gerente da Embrapa, a produção agropecuária da Venezuela e da África já apresentou melhoras após o convênio com o Brasil. “Na Venezuela, a agricultura era pouco avançada. Levamos informações de grãos, leite e hortaliças. A produção tem avançado.”
Desde o ano passado, com a abertura de uma unidade na Coreia, a Embrapa tem representação em todos os continentes, exceto na Oceania. Na América Central, haverá a unidade no Panamá. Na América do Norte, nos Estados Unidos. Na América do Sul, além do Brasil, na Venezuela. Na Europa, há representação na França, Inglaterra e Holanda. Na África, existe um escritório em Gana e na Ásia, uma unidade na Coreia.
No Brasil
Ainda conforme Fernando Matsuura, a Embrapa também contribui para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. “Um balanço da empresa mostra que a cada R$ 1 investido em pesquisas, a gente retorna R$ 13 para a sociedade. A Embrapa gera a tecnologia e interage com outros atores para que os agricultores possam obter as informações”, diz.
Segundo o gerente da Embrapa em Campinas, a empresa faz, entre outras coisas, melhoramento genético de sementes.