Com o objetivo de reduzir em 95% os custos com a energia elétrica, produtores rurais do município de Nova Mutum (264 km ao Norte de Cuiabá) estão implantando em suas propriedades um sistema gerador fotovoltaico. A medida visa reduzir as despesas e, consequentemente, aumentar o lucro com a produção.
O extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Dionei Ribeiro, fala que somente este ano a empresa já elaborou quatro projetos de crédito para energia solar no município, sendo que dois já foram implantados.
Os produtores rurais Nelson José Knebel e Marlene Knebel financiaram recursos na ordem de R$ 119 mil da linha de crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf-Eco). O casal adquiriu um kit gerador de energia fotovoltaica de 25,8 kWp (kilo-Watt-pico), composto por 72 painéis solares de 335 w que geram até 2832 kWh/mês.
A unidade familiar que consumia aproximadamente R$ 2,1 mil com energia elétrica, agora vai consumir quase R$ 70, valor referente a taxa de uso da rede, que varia de acordo com o tipo de cada unidade.
Uma parte da energia solar será usada para suprir a demanda das câmaras frias utilizadas no resfriamento da produção de mandioca pré-processada. A propriedade possui uma área de 10 hectares sendo seis hectares destinados ao cultivo da mandioca. A produção é industrializada, sendo descascada, embalada à vácuo e armazenada nas câmaras. Parte da energia produzida será ainda destinada ao consumo residencial dos produtores e outra parte para a residência do filho, Marcos Maciel Knebel.
O produtor comenta que são necessárias alternativas para redução do custo de produção com objetivo de alavancar a lucratividade do empreendimento.
De acordo com o Dionei, após a inovação no processo de embalar o produto a vácuo, a produção aumentou e hoje está em torno de 1,5 mil quilos de mandioca pré-processada por semana. Toda produção é comercializa no mercado local e nos municípios vizinhos.
“Prestamos assistência técnica nesta propriedade há mais de três anos, sendo possível constatar uma grande evolução na atividade agrícola com a agroindustrialização da mandioca e a melhora na qualidade de vida da família”, salienta.
O produtor Nelson, comenta que o processamento da produção tem maior valorização e aceitação do mercado consumidor, no entanto, são necessárias alternativas para redução do custo de produção com objetivo de alavancar a lucratividade do empreendimento.
O produtor rural Élcio Steffler também fez um projeto de investimento no Banco do Brasil e utilizou a linha de crédito do Pronaf. O produtor financiou R$ 50 mil para implantar o sistema gerador fotovoltaico em sua propriedade, que tinha um custo mensal de energia de R$ 950. Com a energia solar, está pagando somente R$ 19,35 por mês. O crédito do Pronaf tem um prazo de 10 anos para liquidação e mais três anos de carência.
Segundo Steffler, o que torna viável e econômica a implantação do sistema de energia solar é o parcelamento anual do saldo devedor com taxa de juros abaixo de 3% ao ano, possibilitando assim a contração do recurso, além da contribuição com a produção sustentável de energia.
Para suprir a necessidade de consumo da avicultura integrada, atividade econômica do produtor, foi necessário um sistema com capacidade de produção de 10,24 kWp, composto por 32 painéis solares de 320 w, que pode atingir até 1.158 kWh/mês durante processo de produção de energia.
Ribeiro explica que este é o quarto projeto de investimento para aquisição de sistema gerador de energia fotovoltaica elaborado no escritório, sendo que dois projetos estão em fase de análise pelo agente financeiro e utilizarão a linha de crédito específico da agricultura empresarial.
“Além destes projetos, a empresa tem atuado com a elaboração de projetos de investimento e custeio para atender ao público das diversas cadeias produtivas, desde as agroindústrias rurais aos empreendimentos pecuários, fortalecendo a agricultura familiar e empresarial”, conclui Dionei.