Cerca de 90 representantes de cooperativas brasileiras acompanharam, na tarde de terça-feira (25/10), o 3º Encontro de Sustentabilidade, iniciativa do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), em parceria com o Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).
O evento virtual teve como tema “Políticas públicas para pagamento por serviços ambientais e crédito de carbono”.
De acordo com os organizadores, o Encontro teve por objetivo debater o papel das políticas públicas para o alcance da neutralidade de carbono e atendimento aos compromissos climáticos internacionais. Também foram apresentadas iniciativas que podem oportunizar ao cooperativismo o desenvolvimento de projetos sustentáveis, com benefícios as cooperativas e seus cooperados.
“As cooperativas serão cada vez mais sustentáveis em seus negócios. Já existem no setor muitas ações bem-sucedidas, como, por exemplo, o plantio direto, a ILPF (integração lavoura pecuária e floresta) e avançamos iniciativas que estão associadas aos princípios e valores do cooperativismo, uma sociedade de pessoas, com visão econômica, social e ambiental”, disse o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti.
PRC200
O superintendente citou o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense, o PRC200, que tem entre seus projetos em andamento o ESG+Coop, que vai ao encontro do conceito que ganhou força no universo corporativo, com negócios que se pautam por respeito aos aspectos ambientais, sociais e de governança.
“Para entender e conhecer de forma técnica questões que envolvem a legislação e as políticas públicas voltadas à sustentabilidade, bem como saber como se organiza o mercado de carbono no Brasil e no mundo, é que realizamos, em parceria com o Sistema OCB, este terceiro evento de intercâmbio e debate”, ressaltou Mafioletti.
O evento foi acompanhado pelo gerente técnico da Ocepar, Flavio Turra, e pelos analistas Leonardo Silvestri Szymczak, Salatiel Turra e Carolina Bianca Teodoro.
Futuro
Na opinião do coordenador de Meio Ambiente do Sistema OCB, Marco Olivio Morato de Oliveira, é fundamental que o setor cooperativista se organize em busca de mais informações, por isso a importância dos Encontros de Sustentabilidade.
“Muitas coisas ainda estão indefinidas no mercado de carbono: como serão os acordos setoriais e de que forma as negociações internacionais acontecerão? Muito necessário contar com essa rede de relacionamentos para construir o futuro em conjunto, com as demais instituições em várias áreas, e aprimorar o conhecimento de forma contínua”, afirmou.
Programação
Após a abertura, ocorreram as palestras de David Salles de Barros Valente, do Banco Central, que falou a respeito de “Sustentabilidade na economia e no Sistema Financeiro Nacional”; Eduardo Assad, do Observatório de Bioeconomia da FGV, que discorreu sobre a “Importância do correto protocolo no inventário de gases de efeito estufa para o alcance da neutralidade de carbono”.
Depois, Fabiana Villa Alves, diretora de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, apresentou palestra com o tema “Política nacional de carbono na agropecuária e metas climáticas”.
Já Bruno Laskowsky, do BNDES, tratou de “Créditos de carbono no mercado voluntário”. Encerrando o evento, Arthur Francisco Faviero Flores, do Sicredi, apresentou o case “Financiamento de projetos de sustentabilidade”.