As entregas da indústria de fertilizantes alcançaram entre 45,5 milhões e 46 milhões de toneladas em 2021, conforme estimativa de uma fonte graduada do setor. O volume é recorde e supera em até 13,6% o total de 2020, quando os produtores brasileiros receberam 40,5 milhões de toneladas.
Apesar do crescimento significativo, houve problemas na fluidez de entregas. “Navios que chegaram a Santos em outubro [de 2021] foram descarregados somente há poucos dias”, disse o executivo. Em função disso, produtores que compraram grandes volumes, principalmente do Centro-Oeste — que prepara o cultivo da safrinha de milho — foram impactados.
Risco de nó logístico
“É complexa a equação da logística de entregas e a concentração dos períodos de compras. Por isso, o melhor é distribuir [compras] ao longo do ano”, disse. Com a alta de preços dos adubos, muitos agricultores estão postergando a decisão de compra. O comportamento poderá criar um nó logístico em meados deste ano, à medida que os produtores aumentam as aquisições de adubos.
O tema ganha atenção do setor no Brasil, somado às questões geopolíticas que afetam as importações em origens importantes, como China, Rússia e Belarus. Neste ano, sobretudo, por causa de conflitos em regiões fornecedoras, é importante que o agricultor garanta relações com fornecedores confiáveis. “No ano passado, por exemplo, havia dificuldades para encontrar armadores de navios que fossem para Belarus, houve atrasos e muita gente reclamou”, disse.
As estatísticas oficiais mais recentes sobre as entregas setoriais, fornecidas pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), são de outubro. O site da entidade informa que nos dez primeiros meses do ano passado a indústria entregou 38,3 milhões de toneladas – alta de 13,9% sobre igual período de 2020. Desse total, as importações somaram 31,4 milhões.