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Escola de virtudes

<p>O relacionamento entre pais e filhos foi tema de palestra nos encontros de núcleos femininos promovidos pela Cooperalfa nos meses de junho e julho, para esposas e filhas de associados, com a psicóloga e terapeuta de família Gianne Claudia Gemeli Wiltgen, de Irati (SC).</p>

Redação (07/08/2008)- Tudo na vida é fase e na família não poderia ser diferente. O desenvolvimento de um filho, desde o seu nascimento até a fase adulta, é igualmente constituído por várias fases e para o casal conviver bem com este processo natural, ele precisa saber, por exemplo, que a criança vai crescer e essa etapa que exige atenção extrema vai passar. Conforme a terapeuta, o nascimento de uma criança gera uma crise irreversível na família, levando a divisão de tarefas, do espaço e do papel de cada um na família.
Segundo Gianne, para sofrer menos em cada fase é preciso saber que tudo passa, ter consciência do que cada um espera de si e do outro, aceitar que o espaço do filho é maior no início da sua vida e também saber que é importante chorar junto para fortalecer o relacionamento. A psicóloga defende que “nós mães” não precisamos ser perfeitas como Maria foi, mas ser suficientemente boa. “É melhor estar na média do que querer a perfeição e enfartar”.  A palestrante chamou atenção das participantes dos encontros de núcleos femininos para que não esqueçam: “filho pequeno não é para toda a vida e além de mãe, vocês são esposa e MULHER para sempre”.

Adolescência

Na adolescência, o sistema familiar deve se ajustar a um comportamento diferenciado e de transformação do filho criança para o filho jovem. Nesta fase, segundo a psicóloga Gianne Wiltgen, eles querem maior autonomia e independência, têm dificuldades em tratar com a sexualidade, com o dinheiro, a privacidade e os valores. Para conviver com a adolescência de maneira menos traumática, é necessário um aprendizado por parte dos pais. Eles devem permitir a autonomia do filho gradativamente à medida da responsabilidade, passo a passo. Conforme ele for respeitando os compromissos vai ganhando um degrauzinho de confiança. “Isso ensina mais do que bater ou simplesmente proibir”, defendeu a psicóloga.
Gianne provocou uma reflexão nas mulheres sobre os espaços dados aos adolescentes lá nas funções da propriedade e qual o reconhecimento por isso. Ela defende que é preciso despertar nos jovens desde cedo o senso de responsabilidade e o gosto pelo trabalho e pelos estudos. As crianças nesta fase precisam ter limites e saber dividir o tempo entre as tarefas como atividade escolar, lazer, computador, esporte, amigos e família. É preciso haver bom senso para evitar os excessos e a falta de limites.
Outras necessidades do adolescente foram ponderadas pela painelista. Segundo ela, no passado houve excesso de rigidez na educação sexual dos filhos, com a imposição de tabus e medo. No entanto, simplesmente proibir não é a solução. É preciso ensinar a filha a valorizar o seu corpo, ensina-la a ser responsável pelos seus atos e conscientiza-la das conseqüências que terá se não souber cuidar de si. No trato com o dinheiro agir com a mesma rigidez, ensinando-os a dar valor e a não agir com irresponsabilidade. “Acima de tudo é preciso dar exemplo aos filhos”, defendeu a terapeuta de família. Segundo ela, só se ensina o que se vive. “Se eu quiser um filho honesto, tenho que agir com honestidade”.

Juventude
Os casais se deparam com uma nova fase quando os filhos chegam na juventude e são lançados a seguirem em frente. Neste momento, algumas crises são previsíveis como a mudança na função do casal, o relacionamento entre pais e filhos, a inclusão de parentes por afinidade, o silêncio na casa e o relacionamento com pais envelhecidos. Para superar essas e outras crises, é necessário revisar e estabelecer novos arranjos no casamento, tratar os filhos de forma adulta, respeitar o modo de ser de cada membro da família, dar mais atenção para a união conjugal e conquistar o respeito e a gratidão dos filhos com amor. A psicóloga afirmou que os pais precisam ser respeitados pelos filhos. É na família que se ensina respeito, gratidão e perdão. Como? Respeitando, agradecendo e perdoando. Portanto, cuidado com a falta de respeito dentro de casa. “Quem não respeita a família, não respeita ninguém”.