A crise econômica que castiga o Brasil tem prejudicado o desempenho de vários setores, porém, tem se refletido menos sobre o setor alimentício. Último item a ser sacrificado no orçamento das famílias, o consumo de alimentos, em especial o de proteína animal, ainda não registrou retração no País. “Em períodos recessivos, como o atual, mesmo frente a uma queda em seu poder de compra, a primeira opção do consumidor não é pela retirada da proteína animal de sua mesa, mas sim pela substituição por opções mais baratas”, explica Adolfo Fontes, analista do Rabobank.
Fontes falou sobre o cenário econômico brasileiro e seus impactos para o consumo de carne suína durante o lançamento da campanha de marketing realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), ontem em São Paulo.
Diante do quadro exposto pelo analista do Rabobank, não é exagero deduzir que os suinocultores brasileiros têm uma oportunidade histórica para conquistar o consumidor brasileiro. Afinal, segundo Fontes, nos últimos dois anos, os preços da carne bovina registraram altas significativas motivadas pela sua oferta restrita. “O abate de matrizes em anos anteriores e o atual crescimento das exportações estão entre os principais fatores. Esse movimento de alta tem beneficiado o consumo das carnes suína e de frango no mercado doméstico brasileiro”, relata.
Oportunidade para a carne suína
Segundo o analista do Rabobank, iniciativas como a da ABCS com a Semana Nacional de Carne Suína, são importantes para ressaltar as qualidades da carne suína e assim fidelizar os consumidores quanto ao seu consumo.
Gabriela Martins de Sá, especialista da Dunnhumby, empresa de pesquisa do grupo varejista britânico Tesco, outra palestrante do evento, compartilha a visão de Fontes. Segundo ela, estudos realizados pela consultoria internacional demostram que a carne suína ganhou espaço na preferência dos consumidores em lojas do GPA. “Além das campanhas, os consumidores enxergam a carne suína como vantajosa em custo e estabilidade de preço. Esses e outros fatores impulsionaram não só suas vendas, mas sua participação nas vendas do grupo”, afirma Gabriela.