O Ministério da Agricultura confirmou que o valor bruto da produção (VBP, “da porteira para dentro”) da agropecuária brasileira deverá alcançar R$ 1,16 trilhão em 2022.. É o mesmo patamar previsto em novembro e, se confirmado representará um aumento de 4,5% em relação ao cálculo para este ano (R$ 1,11 trilhão, 10% mais que em 2020).
Como já havia sinalizado a Pasta no mês passado, o aumento será puxado pela agricultura — com destaque para os grãos, cuja colheita nesta safra 2021/22 tende a ser a maior da história, como confirmaram novas estimativas de Conab e IBGE divulgadas na semana passada.
Lavouras
Para o VBP das 21 lavouras que compõem o levantamento, o ministério agora prevê valor total de R$ 811,2 bilhões, 7,3% mais que em 2021 (R$ 756 bilhões, 12,3% acima de 2020). Para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, a previsão é que o valor caia 1,4% em relação ao recorde previsto este ano, para R$ 356,6 milhões, basicamente em razão da queda dos preços em relação às máximas do primeiro semestre de 2021.
Mas no caso do milho, muito prejudicado pelo clima na safra 2020/21, as perspectivas ainda são de franca recuperação após as quebras na safra principal e na safrinha este ano.
O ministério agora prevê incremento de 19% do VBP do cereal em 2022, para R$ 148,5 bilhões. Entre as principais lavouras cultivadas no país, também deverão crescer em 2022 os VBPs do algodão (22,1%, para R$ 32,9 bilhões), do café (40,8%, para R$ 56,5 bilhões), da cana (16%, para R$ 99,1 bilhões), do tomate (31,9%, para R$ 15,2 bilhões), da mandioca (4%, para R$ 11,9 bilhões) e do cacau (0,5%, para R$ 4,1 bilhões).
Em contrapartida, são esperadas quedas para arroz (14,2%, para R$ 17,3 bilhões), banana (14,8%, para R$ 10,5 bilhões), feijão (6%, para R$ 12,4 bilhões), laranja (0,1%, para R$ 14,3 bilhões), mandioca (1,8%, para R$ 11,4 bilhões) e trigo (13,7%, para R$ 10,7 bilhões).
Pecuária
Para o conjunto das cinco principais cadeias da pecuária, o ministério passou a prever VBP em 2022 de R$ 353,2 bilhões, com baixa de 1,3% ante 2021 (R$ 357,8 bilhões, 5,4% mais que em 2020) – no mês passado, a estimativa era de avanço de 0,8%.
O VBP dos bovinos deverá alcançar R$ 138,9 bilhões, 7% menos que o montante estimado para este ano. Para o frango, a previsão é de avanço de 2,8% na mesma comparação, para R$ 111,7 bilhões, e para os suínos a expectativa é que o valor atinja R$ 29,8 bilhões, com baixa de 4,7%. O ministério prevê crescimentos para o leite (9,1%, para R$ 55,7 bilhões) e baixa para os ovos (2,3%, para R$ 17,2 bilhões).