Um dos maiores produtores de grãos do mundo, EraíScheffer Maggi, afirmou, nesta terça-feira (26/3), em São Paulo, que o caos logístico que abarrota os portos de Santos e Paranaguá de caminhões carregados com grãos nesta safra, “é bom” e que “deveria ter acontecido antes para alertar as autoridades”. Maggi fez a afirmação durante seu discurso no evento de encerramento do 10º Rally da Safra. “Para dizer a verdade, é bom porque agora está todo mundo vendo, e vendo que precisamos de investimentos”, disse.
“O pessoal do agronegócio sabia que isso ia acontecer. Será que ninguém mais sabia?”, questiona o produtor, que cultiva grãos (arroz, feijão, milho, soja e algodão) em 419,4 mil hectares, e vai aumentar sua área na próxima safra em 8%. “Eu vou, o meu vizinho vai, o outro vai (continuar plantando). Então, eles (o governo) têm que abrir os olhos e investir em infraestrutura porque os agricultores brasileiros são uma potência e a agricultura tem condições de ser também”, afirmou.
Apesar de tantos problemas vivenciados hoje como os congestionamentos nos portos de Santos e Paranaguá que promovem atrasos nos embarques da soja nacional, EraíScheffer Maggi, acredita que nas próximas safras o problema deve ser menor. “Claro que não vai ser de uma hora para a outra, mas tem muitas obras sendo feitas, que permitirão escoar a nossa safra (de Mato Grosso do Sul) pelas rodovias, hidrovias e portos da região Norte. Pelo menos, eu espero”. Maggi cita, entre as obras que ele espera ver terminadas em breve, a conclusão das obras da BR-163, em Mato Grosso, e a ferrovia Norte-Sul.
Para ele, a morosidade dos investimentos esbarram em leis, licenças e entraves burocráticos para saírem do papel. “O problema maior não é dinheiro. Dinheiro a gente arruma. Nós chegamos no Mato Grosso e ninguém tinha nada. Hoje temos uma produção imensa. O problema é a burocracia, mas com fé e persistência nós chegamos lá”, disse.
EraíScheffer Maggi recebeu o prêmio de melhor produtor da década pelo Rally da Safra.