Após dois anos de extenso trabalho, o Projeto Star, da Bracell, chega às vésperas do startup da nova fábrica de celulose em Lençóis Paulista (SP).
Os fornecimentos da Valmet para o projeto, que tem previsão para início das atividades no segundo semestre de 2021, tratam-se de uma planta de evaporação de licor negro com capacidade para 3,5 mil toneladas de água evaporada por hora, uma planta de caustificação de 31 mil metros cúbicos de licor branco por dia, dois fornos de cal alimentados por biogás com capacidade produtiva de 1.200 toneladas por dia e duas plantas de gaseificação de biomassa com capacidade de 87 megawatts térmicos cada.
O projeto contempla equipamentos de alto nível tecnológico, em termos de performance técnica, energética e ambiental, tanto na planta de Evaporação, quanto na de Licor Branco.
Na estrutura de evaporação de licor negro, a companhia finlandesa também forneceu para a Bracell a tecnologia TUBEL nos concentradores e primeiros efeitos da planta.
Essa tecnologia possui o escoamento do licor pelo lado externo dos tubos – solução mais robusta e confiável no mercado, devido a sua característica de não entupir e manter a altíssima disponibilidade da planta.
Além disso, 100% da capacidade dos fornos de cal será suprida pelos gases provenientes da gaseificação de biomassa, que reduz significativamente os custos de produção e emissões de CO2.
É a primeira vez que a América do Sul receberá tal tecnologia no setor.
De acordo com o diretor de Celulose e Energia na Valmet América do Sul, Fernando Scucuglia, o sistema de gaseificação de biomassa é uma inovação alinhada com o conceito de sustentabilidade e autossuficiência energética de unidades modernas de produção de celulose.
“A Valmet colocou todo seu conhecimento técnico obtido através de investimentos em P&D e a experiência obtida em projetos similares implementados em várias partes do globo na construção dos fornos de cal da nova fábrica da Bracell, que serão operados 100% com combustível obtido por meio da gaseificação de biomassa, chamado “biogás”.
Esta linha de fabricação será a primeira implementada na América do Sul que não utilizará combustíveis fósseis nesta operação, o que nos traz muito orgulho como empresa que tem como missão converter recursos renováveis em resultados sustentáveis”, explica Scucuglia.
“O uso de “biogás” é uma ‘solução verde’ e econômica para grandes fábricas. Ela funciona desde a secagem de biomassa, gaseificação e queima no forno de cal, incluindo os controles, tratamentos e eliminação de eventuais poluentes gasosos”, acrescenta o diretor.
Segundo Alexandre Figueiredo, Gerente Sênior Industrial da Bracell São Paulo, a nova fábrica será uma das maiores e mais sustentáveis indústrias de celulose do mundo.
O projeto se destaca pelo DNA sustentável, com tecnologia avançada, sem o uso de combustíveis fósseis e que utiliza matérias-primas renováveis para a criação de produtos biodegradáveis.
“O Projeto Star é um marco na história da Bracell e vai muito além de uma fábrica de celulose. É o futuro da bioindústria trazendo o que há de mais moderno e sustentável para o setor ”, afirma o executivo.
“As tecnologias aplicadas no Projeto Star impressionam, principalmente em termos de investimentos para tornar a produção ainda mais sustentável. Além de ter a maior e mais limpa caldeira de recuperação do mundo, a planta conta com a maior instalação de gaseificação de biomassa existente na América do Sul para dar suporte à operação do forno de cal. Essa planta de gaseificação usará biomassa 100% renovável como matéria-prima para a produção de biogás, tornando a planta uma operação livre de combustíveis fósseis”, finaliza Alexandre.
Para o ambicioso projeto da Bracell, a companhia finlandesa também foi incumbida da construção da planta de licor branco. Composta dos sistemas de caustificação e fornos de cal, esta área é parte importante do processo de fabricação de celulose, já que promove a recuperação química e produz licor de alta qualidade, para o cozimento com menor custo operacional, por meio de combustíveis renováveis e baixo consumo de energia.
Outra solução sustentável, o sistema de tratamento de gases não condensáveis (NCG), para controlar e minimizar os odores emergentes dos processos de recuperação química, também é assinada pelo corpo técnico da Valmet.