O calor e as interrupções no fornecimento de energia estão virando um problema para os criadores de frango do sudoeste do Paraná. Milhares de aves morreram nos últimos dias.
A cada passada pelo aviário, o criador Jeferson Cogo encontra frangos mortos. As perdas são consequência das altas temperaturas que as aves tiveram que enfrentar. Por causa de uma queda de energia, os exaustores ficaram desligados por quatro horas e 20 mil frangos morreram de calor. O prejuízo, só neste aviário, chega a R$ 15 mil.
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) informa que o problema foi provocado por árvores que caíram na rede elétrica durante um vendaval. O corte atingiu mais de 800 clientes.
Os avicultores também reclamam da demora para religar a rede e da frequência com que as quedas de energia têm acontecido. “Em dez dias, foram oito quedas de energia”, diz Jaimir Colognese, presidente do Sindicato Rural.
Milhares de outras aves da região do interior de Verê e de Dois Vizinhos já tinham morrido há menos de 15 dias também por falta de energia elétrica. Nestes casos a causa da interrupção foi um desligamento programado da Copel, que os agricultores não conseguiram impedir.
Foram 10 horas sem energia. O Sindicato Rural calcula que as perdas nos aviários chegaram a 100 mil aves. Na criação dos Ronsani, 17 mil frangos morreram de calor e sede. A família registrou boletim de ocorrência na delegacia, juntou fotos e laudos das mortes e agora espera que a companhia de energia assuma o prejuízo.
A Copel diz que o desligamento foi necessário para a manutenção da rede e instalação de novos para-raios. A companhia reconhece o transtorno causado, mas alega que precisa executar esse tipo de obra para evitar futuros problemas no sistema de distribuição. A empresa diz ainda que cumpre a legislação, informando com 72 horas de antecedência sobre o corte da energia.