A falta de gado para abate levou o frigorífico Mataboi S.A. a dar férias coletivas aos seus mais de 250 funcionários, do dia 1º de novembro até o dia 20 do mesmo mês. A informação é de Rinaldo de Souza Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins Campo Grande, Três Lagoas e Região. O sindicalista teceu duras críticas aos produtores de Mato Grosso do Sul (MS) que estariam segurando boi no pasto para conseguir aumento de preço da arroba que já passou de R$ 100.
Salomão sugeriu intervenção do governo do estado para regular o mercado de carne em MS. Ele pede para que sejam liberadas as importações de gado, principalmente do Paraguai. “O Brasil já ajuda aquele país vizinho fornecendo boa parte das vacinas contra febre aftosa, sem ter retorno algum a não ser a sanidade animal na faixa de fronteira. É preciso avançar mais e num momento como este, de desequilíbrio de estoque, podemos perfeitamente recorrer ao plantel paraguaio para o abastecimento interno do Brasil e também para cumprirmos acordos internacionais”, comentou. Outra “prova” de que os pecuaristas estão segurando gado no pasto, segundo Rinaldo, diz respeito ao fato de que somente este ano foram contratados mais de 2 mil empregados para empresas de fabricação de ração animal, principalmente para gado. “São dezenas de empresas especializadas na fabricação de alimentos para o gado na seca. Não é verdade que gado passa fome no Mato Grosso do Sul e que por isso não tem oferta para abate.”