O diretor-geral do braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Jacques Diouf, advertiu nesta quarta-feira em Roma sobre a degradação dos solos, o que, segundo ele, constitui uma ameaça para a segurança alimentar do planeta, durante o lançamento de uma Aliança mundial sobre os solos.
“O solo é um componente essencial dos sistemas de produção e dos ecossistemas terrestres. No entanto, é também um recurso frágil e não renovável”, destacou Diouf, no discurso de abertura de uma conferência de três dias para lançar esta nova aliança.
Ela deve ser o equivalente da Aliança mundial para a água, iniciada em 1996, e tem por nome oficial “Aliança mundial sobre os solos para a segurança alimentar e a adaptação às mudanças climáticas e sua atenuação”.
Segundo a FAO, apenas na África 6,3 milhões de hectares de terras agrícolas deterioradas perderam sua fertilidade e devem ser regeneradas para satisfazer a demanda por alimentos de uma população que pode duplicar nos próximos 40 anos.
Em 1982, a FAO já havia adotado uma “Carta mundial de solos” com os princípios e diretrizes de gestão durável e de proteção dos solos aprovados pelos governos e por organizações internacionais.
A nova Aliança deve contribuir não apenas para colocar em ação as disposições da Carta de 1982, cuja aplicação está atrasada, mas também para reforçar a sensibilização sobre a importância dos solos para a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que irá motivar a ação dos que decidem.
A Aliança também tem por vocação oferecer um ambiente propício a soluções técnicas de proteção e de gestão dos solos, ajudando a mobilizar recursos e competências para atividades de programas conjuntos.
A crise atual no Chifre da África se deve a políticas e práticas inadequadas de gestão dos solos e da água, que se agregam aos problemas de segurança e governança, segundo a FAO.