Produtores e frigoríficos do Distrito Federal já começaram a planejar a segunda edição do Festival Sabor Suíno, a ser realizado durante 30 dias, a partir de 20 de novembro. A nova edição vai lançar a Semana da Carne Suína e ampliar as parcerias, envolvendo as faculdades de gastronomia do Distrito Federal, vinícolas e a adesão de um maior número de bares e restaurantes. O festival é uma das ações do Projeto de Suinocultura, apoiado pelo Sebrae/DF desde 2006 e referência para outros estados brasileiros. O foco é o mercado interno da carne suína. A introdução de novos cortes representa uma estratégia para o aumento do consumo.
A ideia de realizar o festival Sabor Suíno nasceu em um Encontro de Negócios realizado durante a Casa Cor. Lá o presidente do Sindicato dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (SindSuínos), Alexandre Censi, e o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do DF (DFSuin), Marcelo Lopes, começaram a idealizar um evento que pudesse conquistar a cidade e difundir o consumo da carne suína no Distrito Federal.
Daí nasceu o festival Sabor Suíno, realizado de 20 de novembro e 20 de dezembro do ano passado. Chefes de cozinha de 32 restaurantes foram convidados a criar pratos saborosos com cortes diferenciados da carne suína. Os preços reduzidos foram mais um dos atrativos buscados para conquistar o público.
O sucesso do festival foi possível com a adesão de 80% dos restaurantes filiados à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na capital. O aumento do consumo da carne suína foi alcançado e as vendas dos frigoríficos cresceram significativamente.
A participação de chefes de cozinha de restaurantes consagrados do público brasiliense como O Convento, Onze Gastonomia, o Crepe Royale e BsB Grill, entre outros, foi fundamental para o êxito da proposta. A realização do festival tem a parceria da Abrasel, Sindisuinos, DFSuin, Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e o apoio do Sebrae/DF.
Novos cortes
Apesar do aumento das vendas de carne suína em 300%, após a realização do festival, o proprietário do frigorífico Sabugy, Ivo Jacó, responsável pela chegada dos novos cortes aos restaurantes, destaca a “possibilidade de se quebrar mitos e preconceitos com relação à carne suína” como a principal conquista para os produtores e frigoríficos. O frigorífico Sabugy é um dos mais atuantes na campanha para aumentar o consumo da carne suína em todo o país.
“Nós precisamos conquistar a meta de aumentar o consumo anual da carne suína em dois quilos per capita. Somos um embrião no Distrito Federal. Com o festival mostramos que podemos, com um corte elaborado, quebrar a resistência dos restaurantes em mudar o seu cardápio. Agora podemos oferecer picanha, filé, escalope, medalhão e o “prime rib” que é o corte sofisticado com mais carne e menos osso e gordura”, explica Ivo.
O resultado despertou o interesse de novos frigoríficos em aderir aos cortes e de restaurantes em promover mudança no cardápio. Isso vai refletir no aumento do consumo, segundo Jacó. A Sabugy também investe no treinamento dos açougues nos supermercados para ampliar o consumo.
Sensibilização
O presidente da DF Suin, Marcelo Lopes, afirma que o mais importante do festival foi a sensibilização junto aos chefes de cozinha dos restaurantes. “Apresentamos os novos cortes das carnes e eles desenvolveram receitas que agradaram. Houve um aumento no consumo da carne suína, que até hoje é confundida com a velha carne de porco”, diz Lopes.
Para o presidente do Sindsuinos, Alexandre Cenci, o festival atingiu sua meta de difundir e aumentar o consumo e deixou os parceiros estimulados para a segunda edição no final deste ano. “É uma forma de tornar o mercado mais atrativo e para os restaurantes foi muito bom. Agora os que não quiseram participar da primeira edição vão querer entrar nessa próxima. É um trabalho a longo prazo que vai alcançando resultados. O mercado está excelente e temos boa margem de lucro”, conclui Cenci.
Referência nacional, o Projeto de Suinocultura do Distrito Federal é gerenciado pela Unidade de Agronegócios do Sebrae/DF e levou à criação do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, que já conta com a adesão dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo.