Redação (03/03/2009)- A adoção entre animais, mesmo de espécies diferentes, vem sendo estimulada por técnicos do Zoológico Municipal de Curitiba e do Passeio Público, como método de sobrevivência de filhotes rejeitados pelos pais biológicos. São três casos em experimento, que vêm dando resultados positivos.
Um fillhote de Ararajuba, espécie de arara que nasceu numa ninhada de três, está há duas semanas sob os cuidados de uma Arara-Severa, ave do mesmo grupo, porém de outra espécie. O filhote foi tirado dos pais biológicos porque não estava sendo alimentado direito e corria o risco de morrer.
A iniciativa de aproximação entre mãe e filho adotivos foi feita pelo funcionário do Passeio Público Edson Valtrick, que há 23 anos é tratador de animais. "Mesmo sendo de espécies diferentes, eles têm os mesmos hábitos alimentares e a necessidade de viver em grupos, então segui a intuição", diz Valtrick.
O primeiro caso de adoção estimulada foi o de um filhote de periquito verde, adotado por uma Curica-Violeta, do grupo de periquitos, mas de espécie diferente. O filhote foi abandonado pelos pais biológicos, e o tratador resolveu achar uma mãe adotiva para o periquito. Os dois estão juntos há dois meses. O método deu certo, e Valtrick fez o mesmo com a Ararajuba.
As adoções são acompanhadas por veterinários e biólogos, que ajudam a monitorar as aproximações. Segundo o veterinário Manoel Jovarouski, quando a adoção dá certo, além de alimentar diretamente o filhote, os pais adotivos ensinam o pequeno a se alimentar sozinho.
"Adoções por espécies diferentes não é nada comum, principalmente quando os adotantes são animais que não têm filhotes, como os casos que estamos acompanhando", diz Javarouski.
Outra adoção ainda mais inusitada é o de um frango de granja e de uma ema. A ema é a única sobrevivente de uma ninhada que nasceu no Zoológico. Como houve rejeição, o filhote foi trazido para ser tratado no Passeio Público. Para acabar com a solidão, já que as emas são animais que vivem em grupo, os técnicos resolveram o problema arrumando um companheiro para ela – um frango.
Imitando o comportamento alimentar do frango, a ema aprendeu a se alimentar. "Animais domesticados nascem condicionados a procurar seu alimento, diferente da maioria dos animais silvestres, que precisam ser ensinados por outros", diz Javarouski.
A ema tem dois meses e pode ser vista ao lado do frango na exposição do Passeio Público. Ela voltará para junto do seu grupo no Zoológico assim que se desenvolver um pouco mais.
Já os outros filhotes estão com os pais adotivos no setor de isolamento, e devem permanecer com eles até completarem quatro meses, tempo suficiente para aprenderem a se alimentar. "Estamos inovando para evitar perdas nos nascimento, e também para melhorar o bem estar dos animais", destaca o diretor do Zoológico, Marcos Traad.
Com informações da Secretaria Municipal da Comunicação Social de Curitiba