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Governo do Paraná vai apoiar o cooperativismo nas metas de crescimento

A parceria envolve crédito, melhorias na infraestrutura e desburocratização.

Governo do Paraná vai apoiar o cooperativismo nas metas de crescimento

O governador Carlos Massa Ratinho Junior disse nesta terça-feira (28/07) que o Governo do Estado vai apoiar o cooperativismo paranaense para que alcance as metas do PRC200, plano estratégico elaborado pela Ocepar para atingir R$ 200 bilhões de faturamento nos próximos anos. A parceria envolve crédito, melhorias na infraestrutura e desburocratização.

“O Estado deve muito à qualidade das suas cooperativas, que empregam milhares de paranaenses. Queremos ajudar a Ocepar a alcançar a meta otimista, em 2026, o quanto antes”, disse Ratinho Junior. “Todos os investimentos e a cadeia do agronegócio têm influência direta no dia a dia da economia do Estado”, afirmou.

A apresentação do plano estratégico ao governador foi feita pelo presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, durante o 1º Fórum Digital dos Presidentes das Cooperativas. O PRC200 ainda será formatado e o lançamento oficial acontecerá em abril de 2021, na Assembleia Geral da entidade, quando o sistema completa 50 anos. Ele será uma atualização do PRC100, de 2015, e que terá fim neste ano, com a previsão das cooperativas paranaenses de ultrapassar faturamento de R$ 100 bilhões – R$ 102 bilhões, no cenário otimista.

O Paraná, disse o governador, será a central logística da América do Sul. “Temos investimentos e modernizações em todos os modais. Com isso, vamos ajudar o cooperativismo e toda a sociedade”.

No apoio ao agronegócio, o governador citou o programa Paraná Trifásico, da Copel, que prevê implementação de 25 mil quilômetros de linhas seguras para os produtores rurais; o Descomplica Rural, que permite acesso mais ágil às licenças necessárias para ampliação da produção; a conquista de área livre de febre aftosa sem vacinação, que deve ser chancelada pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) em 2021; e o Plano Safra e os programas regulares de investimento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

O sistema cooperativo responde por 60% da produção de grãos e 45% da indústria de carnes e lácteos no Paraná e vai encerrar o ano com mais de 100 mil funcionários diretos. As 112 unidades agroindustriais das cooperativas e os 2,6 milhões de cooperados ajudaram o Produto Interno Bruto (PIB) estadual a crescer 2,3% no primeiro trimestre de 2020, mesmo diante dos impactos da pandemia provocada pelo novo coronavírus. O segmento agroindustrial, responsável por cerca de 34% da fatia da geração de riquezas da economia do Estado, cresceu 14,96% nesse mesmo período.

A Ocepar reúne 221 cooperativas. Além do agronegócio, no segmento de crédito as cooperativas geram mais de 14 mil empregos, e, na saúde, as 35 cooperativas médicas e odontológicas reúnem 2 milhões de beneficiários e 13 mil profissionais associados. O Paraná possui, ainda, entidades com esse perfil que atuam nos ramos de transporte, infraestrutura, consumo, trabalho, produção de bens e serviços.

Participaram do encontro virtual o vice-governador Darci Piana; o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas; e o diretor administrativo do BRDE, Luiz Carlos Borges da Silveira.

Escola Agrícola 4.0

No evento, o governador também apresentou o projeto da Escola Agrícola 4.0, anunciado nesta terça-feira. Disciplinas relacionadas à inovação e ao uso de tecnologias aplicadas à agricultura familiar serão oferecidas no Colégio Estadual de Educação Profissional (CEEP) Newton Freire Maia, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele funcionará como um laboratório de práticas inovadoras que podem ser usadas em todo o Ensino Técnico Agrícola do Estado.

 “Estamos unindo infraestrutura, crédito e conhecimento. As novas gerações estão antenadas ao que há de mais moderno no agronegócio, como uso de drones, inteligência artificial, novos mapas”, disse Ratinho Junior.

Investimentos

O governador também apresentou um panorama dos investimentos em infraestrutura, além da garantia de recursos para continuidade da modernização dos municípios. Fazem parte desse pacote o novo Anel de Integração com pelo menos 1,3 mil quilômetros a mais do que o desenho original; a concessão da Ferroeste para a iniciativa privada e um financiamento de R$ 1,6 bilhão para investimento em rodovias, no Litoral e em estradas rurais.

Ele citou, ainda, o Banco de Projetos e o lançamento de licitações importantes para melhorias em rodovias de todas as regiões; a nova ferrovia Maracaju (MS) até Paranaguá, além de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu; e a concessão de quatro aeroportos (São José dos Pinhais, Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu) para a iniciativa privada e as melhorias no terminal de Cascavel e nas pistas de Foz do Iguaçu e Maringá para receber mais voos internacionais. Também foram mencionados os projetos para o Porto de Paranaguá, como a ampliação da capacidade do Corredor de Exportação, a revitalização da moega para descarga dos trens e a manutenção das obras de calado para favorecer o acesso de navios maiores.

O BRDE terá R$ 460 milhões para fomentar o desenvolvimento do agronegócio do Paraná entre 2020 e 2021. O valor integra o Plano Safra, editado pelo Governo Federal. Uma novidade em relação ao anterior é a redução nas taxas de juros aplicadas sobre os recursos para as atividades no campo.

Eles se somam a uma carteira de programas próprios do BRDE para financiamento das cooperativas, como o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária.

“Temos um esforço diário de expansão dos limites de crédito. Mais de 60% das operações do BRDE são voltadas ao agronegócio e, dentro desse planejamento, estamos conversando como BNDES para disponibilizar ainda mais recursos”, destacou Wilson Bley Lipski, vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, que também participou do encontro virtual. “Dentro das nossas competências seremos parceiros dessa expansão programada para os próximos anos”.

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciou no 1º Fórum Digital dos Presidentes das Cooperativas financiamento de R$ 88,4 milhões para três cooperativas paranaenses.

A Copacol captou R$ 60 milhões dentro do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A cooperativa possui um abatedouro de aves em Cafelândia, no Oeste do Estado, desde 1982, e vai ampliar e melhorar a planta para acrescentar abate de 50 mil aves/dia na produção, alcançando 380 mil aves/dia; melhorar a qualidade de produção do peito de frango; adequar a planta para abate Halal; atender as novas determinações sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e modernizar o ambiente de trabalho para os funcionários.

 O projeto está divido em três fases: adequação até o resfriamento e aumento da capacidade final de 340 mil aves/dia; mudanças na sala de cortes, com aumento para 360 mil aves/dia; e modernização do congelamento (embalagem secundária, entrada e saída de túnel e paletização) e do tratamento de efluentes para alcançar a capacidade final de produção de 380 mil aves/dia. A fase 1 está em execução desde novembro de 2018 com apoio do BRDE A previsão de conclusão é janeiro de 2021.

 A cooperativa Integrada financiou R$ 4 milhões para capital de giro para ter plenas condições de comercializar 11.034 sacas de café do tipo arábica. Depois de vender e receber pelos produtos, a cooperativa liquidará a operação no BRDE.

Já a cooperativa Coagru captou R$ 24,4 milhões das linhas Prodecoop e Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). O objetivo é construir um entreposto de recebimento e armazenamento de grãos na localidade de São João, em Ubiratã, Centro-Oeste do Estado, no valor de R$ 2,2 milhões; ampliar a capacidade de armazenamento do moinho de trigo de Campina da Lagoa, também no Centro-Oeste, no valor de R$ 3,1 milhões; e ampliar a capacidade de armazenamento da unidade de grãos de Campina da Lagoa, no valor de R$ 17,6 milhões. Também será realizada a modernização do depósito de insumos e espaço de atendimento ao cooperado em Campina da Lagoa, no valor de R$ 1,3 milhão.