O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, realizou uma visita técnica à Usina Binacional de Itaipu (PR) para conhecer as instalações da Unidade de Demonstração (UDG) de biogás e biometano, que servirá como referência para o programa de redução de metano do Governo Federal.
A iniciativa tem como objetivo incentivar a transformação de resíduos sólidos urbanos e orgânicos em biocombustível, e contará com o auxílio financeiro de bancos públicos como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Um programa como este pode ser expandido para todo o País. Esta unidade já é uma referência, porque nos mostra exatamente o volume de recursos necessários para transformar resíduos orgânicos em biogás e biometano”, afirmou Leite.
“Vimos a viabilidade [deste empreendimento] e que é possível conseguir o menor projeto possível para os quais os bancos oficiais já têm linhas de financiamento bastante robustas em relação à sustentabilidade, chegando aos R$ 400 bilhões, entre Banco do Brasil, Caixa e BNDES”, completou o ministro.
Os custos estimados para a implantação de uma unidade como a de Itaipu – operada pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) – são da ordem de R$ 3,5 milhões para uma planta com capacidade para processamento de 9 toneladas de resíduos orgânicos.
O cálculo foi apresentado ao ministro pelo diretor de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, Felipe Souza Marques.
Desde a sua implantação, em 2017, a UDG tratou 550 toneladas de resíduos orgânicos de restaurantes e de materiais de apreensão da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Receita Federal (RF) e Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Ao todo, foram produzidos 37 mil m³ de biometano usados para abastecimento de 40 veículos da frota de Itaipu. A atividade evitou a emissão de 3,5 toneladas de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Segundo Leite, os resultados da unidade estão em consonância com o objetivo do Governo Federal de estimular a produção de combustíveis como o biometano – uma fonte para abastecimento de veículos pesados ou leves até 30% mais barata que os combustíveis fósseis, com o ganho adicional da sustentabilidade.
A ação também vem ao encontro do compromisso assumido pelo Brasil em novembro do ano passado, na COP 26, em Glasgow, na Escócia, de reduzir voluntariamente 30% das emissões do gás de efeito estufa.
Durante a visita, Joaquim Leite foi acompanhado pelo diretor de Coordenação da Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell, representando o diretor-geral brasileiro da empresa, almirante Anatalicio Risden Junior. Além de conhecer a UDG, Joaquim Leite fez uma visita técnica à usina e visitou o Refúgio Biológico Bela Vista.
Em 2019, as áreas protegidas da Itaipu – entre elas, o Refúgio – foram reconhecidas como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – um marco dentro do programa “Homem e Biosfera”, mantido pela da Organização das Nações Unidas (ONU).
“O aproveitamento do biometano e outros projetos nossos como a instalação de placas solares em aterro sanitário, que estamos desenvolvendo aqui no Oeste do Paraná, em Toledo, são projetos viáveis e que podem ser replicados no País”, disse o general Carbonell.
Economia verde
O ministro destacou ainda que as ações de Itaipu pelo meio ambiente promovem uma “economia verde”, alinhando desenvolvimento e conservação ambiental, de acordo com os preceitos do Governo Federal e do Programa Nacional de Crescimento Verde, lançado em outubro do ano passado.