Os ministérios da Agricultura, da Economia e das Relações Exteriores estão trabalhando juntos para tentar anular as tarifas antidumping aplicadas pela África do Sul sobre a carne de frango com osso do Brasil. Em nota, a Pasta comandada por Tereza Cristina (Agricultura) fala em medidas dentro das possibilidades estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), mas não especifica quais.
De acordo com a Comissão Administrativa do Comércio Internacional Sul-Africano (ITAC, na sigla em inglês), a decisão é preventiva e valerá até junho deste ano. Com a mudança, a tarifa sobre o frango com osso brasileiro, que era de 62%, passa a ser de 265%.
A adoção da sobretaxa é resultado de um pedido feito em janeiro do ano passado pela associação que representa a indústria de carne de frango na África do Sul.
A entidade alega que o Brasil e outros quatro países (Irlanda, Espanha, Polônia e Dinarmarca) praticam dumping – vendas abaixo do preço de mercado para prejudicar a concorrência – em suas exportações ao mercado sul-africano.
Ontem, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) criticou o movimento sul-africano e disse que os exportadores nacionais não praticam dumping em nenhum mercado. A África do Sul é o quinto principal destino dos embarques de carne de frango do Brasil, com compras de 297 mil toneladas em 2021.