O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, se reuniu na tarde de quinta-feira (18) com líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e anunciou uma ação conjunta de vários ministérios para fortalecer o processo de reforma agrária, inclusive com medidas para melhorar a infraestrutura dos assentamentos.
“Traremos outros órgãos para o processo de reforma agrária, fortalecendo, portanto, a ação do conjunto do governo. Por exemplo, a moradia passa ser por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida [Ministério das Cidades]. O processo de energia elétrica passa pelo Programa Luz para Todos [Ministério de Minas e Energia]. A questão do abastecimento de água será pelo Programa Água para Todos, do [Ministério da Integração Nacional].Vargas disse também que foi acertada uma série de reuniões com o MST para definir ações específicas em cada estado.
O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes, também participou da reunião, na sede do instituto em Brasília. Guedes ressaltou que o Incra continua trabalhando para atender aos trabalhadores rurais sem-terra.
“São quase meio milhão de reais de títulos da dívida agrária e benfeitorias parados na Justiça, aguardando a decisão. Nós estamos mostrando aos movimentos sociais uma nova metodologia de trabalho, que permite avançarmos naquilo que está sob responsabilidade do Incra, que é os peritos irem à campo e identificar se os imóveis estão cumprindo a função social da terra. Caso não cumpram, que sejam destinados à reforma agrária”, disse.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, participou de parte da reunião com os líderes do MST. De acordo com Valdir Misnerovicz, da coordenação nacional do MST, um encontro com a presidenta da República foi acertado com o ministro. “Um dos compromissos políticos acertados é que, nos próximos 45 dias, a presidenta Dilma vai nos receber para fazer uma discussão mais concreta da pauta de reivindicações”, informou. Misnerovicz ressaltou ainda a importância da presença maçica dos trabalhadores em Brasília.
“Essa disposição do governo precisa ser traduzida em ações concretas. Por isso, o movimento vai continuar mobilizado. Vamos fortalecer o acampamento aqui em Brasília. A partir da semana que vem, várias caravanas dos estados virão para cá e a nossa pressão aqui vai continuar. No nosso entendimento, essa pressão do movimento é fundamental para que a gente possa materializar aquilo que está sendo discutido aqui, na negociação, e aquilo que o governo tem anunciado para toda a sociedade”, disse Misnerovicz.