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Grãos em queda na bolsa de Chicago

Cotações de trigo, milho e soja recuaram

Grãos em queda na bolsa de Chicago

Os preços do trigo fecharam a terça-feira em queda na bolsa de Chicago, mesmo diante de incertezas sobre o acordo que permite as exportações de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro.

Os contratos do cereal que vencem em dezembro, os de maior liquidez, caíram 2,13%, a US$ 8,2775 por bushel, enquanto os papéis de segunda posição de entrega, para março, recuaram 1,91%, a US$ 8,47450 por bushel. O acordo selado entre russos e ucranianos que criou um corredor seguro de exportação pelo Mar Negro expira no próximo dia 19. Até o momento, apenas os ucranianos manifestaram interesse em estender o pacto para além do combinado.

“É necessário que o acordo de grãos continue. A Ucrânia está pronta para continuar sendo a garantia da segurança alimentar mundial”, disse, em suas redes sociais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski. Por outro lado, o vice-ministro das relações exteriores da Rússia, Andrey Rudenko, afirmou que o Kremlin ainda não decidiu se aceitará a prorrogação do acordo.

“Estamos analisando como esse acordo está sendo implementado após a restauração de nossa participação. Estamos muito insatisfeitos como a parte russa está sendo implementada, e a ONU [Organização das Nações Unidas] assumiu a responsabilidade de resolver nossos problemas”, disse ele, segundo a Associated Press.

No mês passado, Moscou alegou que apenas 3% dos alimentos ucranianos exportados via corredor de grãos do Mar Negro foram para nações pobres, enquanto a grande maioria das cargas teve como destino países do ocidente, sobretudo da União Europeia. Milho No mercado do milho, os contratos para dezembro, que são os mais negociados na bolsa de Chicago, fecharam em queda de 1,22%, a US$ 6,6750 por bushel, e os papéis para março do ano que vem recuaram 1,14%, a US$ 6,7375 por bushel.

O bom ritmo da colheita americana segue como fator de pressão sobre as cotações. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a colheita chegou a 87% da área até domingo, ante 83% um ano antes — a média para os últimos cinco anos é de 76%. Por fim, amanhã sairá o novo relatório de oferta e demanda do USDA, que poderá trazer novos dados para a produção americana.

Analistas consultados pelo The Wall Street Journal esperam que o USDA passe a projetar uma colheita de 352,9 milhões de toneladas nesta safra 2022/23, praticamente o mesmo volume projetado em outubro. Já a previsão para os estoques é de alta para 30,8 milhões de toneladas, ante as 29,77 milhões de toneladas calculadas no mês passado. Soja Os dados de importação chinesa de grãos e o avanço da colheita nos EUA pressionaram os contratos futuros da soja.

Os lotes para janeiro de 2023, os mais líquidos, fecharam em queda de 0,26%, a US$ 14,4650 o bushel. As compras chinesas de soja em outubro foram as menores em oito anos, realçou o Commerzbank. Somaram 4,14 milhões de toneladas, o que representou uma baixa de 19% em relação ao mesmo mês de 2021, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês).

“O número ficou consideravelmente aquém do valor esperado pelo mercado, de 5 milhões de toneladas”, disse o banco, em relatório.

De janeiro a outubro, as compras chinesas da oleaginosa chegaram a 73,18 milhões de toneladas, uma queda de 7,4% ante igual intervalo de 2021. O mercado de soja também enfrenta o fato de que a colheita nos EUA estar mais acelerada do que a média.

Até domingo, 94% da área estimada foi colhida, ante 86% na média dos últimos cinco anos, segundo dados do USDA. Investidores também esperam a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA. A expectativa é que o órgão reduza sua estimativa de produção nos EUA para 117 milhões de toneladas, ante as 117 milhões projetadas em outubro.

Os estoques, por sua vez, poderão subir para 5,8 milhões de toneladas, contra 5,4 milhões, segundo analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal.