Depois de abrirem o dia em alta, soja, milho e trigo mudaram de direção e encerraram em queda na bolsa de Chicago nesta segunda-feira. Os contratos do trigo para março, os mais negociados, recuaram 0,27%, a US$ 7,4150 por bushel, e os papéis para maio caíram 0,20%, a US$ 7,50 por bushel. O cereal chegou a subir quase 2% no início dos negócios.
“A queda do dólar em relação ao euro melhora a competitividade do trigo americano no exterior em um momento em que ele pode encontrar mais mercado, já que os europeus não têm mais produto para negociar”, afirma Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica.
Trigo
Hoje, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as exportações de trigo do país somaram 201,7 mil toneladas na semana de 5 de janeiro. O volume é 135% maior que o da semana anterior.
Soja
Nas negociações da soja, os contratos para março, os mais líquidos, fecharam em queda de 0,27%, a US$ 14,8850 por bushel.
A previsão de clima seco nos próximos dez dias na Argentina foi um dos elementos que deram sustentação às cotações. “O mercado continua a colocar um prêmio de risco climático no preço da soja, já que há pouca melhora na previsão do tempo na Argentina. No entanto, a safra brasileira de soja parece continuar forte, limitando as altas das cotações”, disse Tomm Pfitzenmaier, da Summit Commodity Brokerage, em nota, segundo a Dow Jones Newswires. No Brasil, há expectativa de chuvas nos próximos dias, que podem até prejudicar o andamento da colheita nas áreas centrais do país. Os trabalhos de colheita ocorreram em apenas 0,04% da área de cultivo até a última quinta-feira, de acordo com a Agrural. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 0,2%. Os dados do USDA sobre as exportações pressionaram as cotações. Os EUA embarcaram 1,44 milhão de toneladas de soja na semana encerrada em 5 de janeiro, ou 2,7% a menos do que na semana anterior.
Milho
No mercado do milho, os lotes para março, os mais negociados em Chicago, fecharam em queda de 0,19%, a US$ 6,5275 por bushel. Os papéis que vencem em maio, por sua vez, caíram 0,15%, a US$ 6,53 por bushel.
Depois de acumular queda de mais de 3,5% na semana passada, o milho passou por ajuste de posições e chegou a subir nesta segunda, puxado pela alta do petróleo e pelo clima seco e muito quente nas áreas agrícolas da Argentina e Rio Grande do Sul, disse a consultoria Granar, em comunicado.
As exportações do grão americano seguem muito fracas, o que pesou sobre os preços. Os embarques totalizaram 397,6 mil toneladas na semana encerrada em 5 de janeiro, o que representou uma queda de 42% em comparação com a semana anterior, segundo o Departamento de Agricultura americano.
“A chance de que o USDA reduza suas estimativas para as exportações americanas e a demanda da indústria de etanol em seu próximo relatório mensal limitam qualquer movimento de alta nos preços do milho”, acrescentou a Granar. O relatório de oferta e demanda do USDA será divulgado na próxima quinta-feira (12/1).