Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Manifestações

Impacto na movimentação de cargas agrícolas devido aos bloqueios em rodovias foi pequeno

Não houve reflexos significativos sobre as exportações

Impacto na movimentação de cargas agrícolas devido aos bloqueios em rodovias foi pequeno

Os bloqueios feitos nas rodovias do país por manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro descontentes com o resultado das eleições desde a semana passada não geraram grandes impactos na movimentação de cargas agrícolas e de insumos do setor, ao contrário do que ocorreu na greve dos caminhoneiros, em 2018, e no início da pandemia, em 2020.

Os efeitos, até o momento, são considerados pontuais e incapazes de afetar as exportações do agronegócio, por exemplo.

Mesmo assim, produtores rurais e empresas do setor que tiveram atrasos em função das barreiras nas estradas e sofreram algum prejuízo podem recorrer à cláusula de força maior para suspender os efeitos dos contratos, disse Frederico Favacho, sócio de agronegócios do escritório Santos Neto Advogados.

Favacho disse que recebeu apenas uma consulta sobre a situação atual até o fim da semana passada, mas afirmou que os impactos são pequenos desta vez.

Foi uma empresa exportadora de açúcar que estava com problemas devido aos bloqueios nas estradas. Manifestações desfeitas No início da tarde desta segunda-feira, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que já havia desfeito 1.048 manifestações em todo o Brasil.

No momento, ainda existem oito interdições parciais de pistas e dois bloqueios – um em Campos de Júlio (MT) e outro em Rio do Sul (SC). Existem ainda muitos relatos de manifestações na beira das rodovias. O ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse ao Valor que os bloqueios geraram impactos ao agronegócio, mesmo que pequenos, e que as interdições foram um equívoco.

“Claro que gerou impacto, é natural. Entendemos e entendíamos o afã da população, mas não poderia ter ido para as rodovias, foi um equívoco. Mas não foi feito por maldade, apesar de ter sido bem pacífico”, disse em entrevista na quinta-feira passada. A situação foi monitorada pessoalmente pelo ministro e pelo chefe da Assessoria para Assuntos Estratégicos do ministério, Guilherme Bastos, que ficaram em contato direto com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.

Montes alertou o presidente Jair Bolsonaro, ainda na terça-feira passada, sobre o potencial de impactos na economia dessas manifestações. O ministério manteve contato também com entidades do setor, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O relato é que não houve “grandes prejuízos”, apenas atrasos pontuais.