Reunir em torno de si, todos os elos da cadeia suinícola, dividindo tarefas e lucros, produzindo qualidade e divulgando produtos, este é o objetivo do Instituto Nacional da Carne Suína (INCS), criado em Santa Catarina. Uma iniciativa pioneira no Brasil que terá reflexos no fortalecimento de uma das maiores cadeias produtivas do País, a “Suinocultura”.
Durante a Assembléia que aconteceu, na última sexta-feira (06/11), em Biguaçu (SC) foram escolhidas pessoas e entidades para fazerem parte da diretoria do Instituto. Para Presidente foi eleito o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, Wolmir de Souza, e para Vice-Presidente Valdomiro Ferreira Júnior, Presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, APCS. A iniciativa é do Sebrae e da ACCS e tem o apoio da Faesc, Embrapa, Top Carnes e Decisão Propaganda, e ainda, parcerias com universidades para pesquisa também estão sendo discutidas. A primeira atividade do INCS será a estruturação do programa nacional da carne suína. Durante uma entrevista coletiva, realizada na manhã de hoje, 10, em Chapecó, Wolmir de Souza, Losivanio de Lorenzi, vice-presidente da ACCS, Ênio Parmeggiani, Coordenador Regional do Sebrae fizeram uma apresentação do que será o INCS.
O começo: De acordo com Souza, desde 2004 a ACCS e o Sebrae estão discutindo sobre a Certificação de Origem, “depois de várias reuniões se percebeu que o projeto precisava alçar voos maiores, precisava romper fronteiras e ter apoio e repercussão nacional”. Daí surgiu a ideia de reunir todas essas forças em prol de um objetivo maior, com o foco nos produtores não-integrados e pequenos e médios frigoríficos, então surgiu o INCS.
Objetivo: O INCS pretende unir os pequenos e médios frigoríficos e os produtores não integrados para uma atuação conjunta, que prevê desde a troca de experiências para melhorias de processos até compras conjuntas de insumos e a criação de um selo de qualidade. A ideia é unir forças em um momento de preços adversos determinados pela queda de demanda no exterior e, consequentemente, excesso de carnes no mercado nacional. O INCS estará orientado para garantir as boas práticas no processo produtivo, onde irão viabilizar oportunidades de mercados para a cadeia produtiva, padronizando produtos, processos e divulgando a carne suína e seus derivados.
Primeiras Ações: De acordo com Enio Parmeggiani, coordenador Regional do Sebrae, a primeira ação concreta do instituto será mapear o perfil dos frigoríficos de pequeno porte existentes nos Estados produtores, neste primeiro momento serão realizados diagnósticos em 60 frigoríficos, tendo início na próxima semana. Está sendo elaborado também o plano de ação do instituto para os próximos anos.
Selo: O INCS tem planos de lançar um selo de qualidade, com o objetivo de incentivar a diversificação de produção, promover uma atividade ambientalmente correta e buscar cortes de alto valor agregado. Também se projeta realizar uma campanha nacional de marketing para estimular o aumento do consumo de carne suína no País, que está em torno de 13 quilos per capita por ano, menos da metade do consumo europeu.
Souza explica que é preciso mudar o conceito, “para o produtor as exigências irão continuar, no entanto, é preciso focar no mercado, e ainda, haver uma reciprocidade entre produtor e frigorífico”. Ele diz ainda, que é preciso mudar, o individualismo não poderá existir, “precisamos trabalhar em conjunto, pois somente assim iremos agregar valores”. O presidente enfatiza que na conquista de mercado, o preço será consequência, pois frigoríficos e produtores terão remuneração. Sobre o lançamento oficial do INCS, ele diz que será ainda este ano, pois é preciso alinhar alguns pontos, “foi homologado na sexta feira o Instituto, agora precisamos trabalhar nas ações e ainda este ano realizar o lançamento oficial”, finaliza.
Diretoria
Presidente: Wolmir de Souza, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos – ACCS
Vice-Presidente: Valdomiro Ferreira Júnior, Presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos – APCS
Conselho Consultivo: Empresas de nutrição/laboratórios, Empresas de Genética, Associações de Produtores e Frigoríficos, Associações Comerciais, Associações de Bares e Restaurantes e ONGs.
Representantes do Setor Produtivo não-integrados: Edson Zancanaro e Odanir Farinela
Representantes do setor Frigorífico: Denílson Casal e João Roberto Luppi.
Representantes do Setor Comercial: João Carlos Lohn e Nívea Regina Facciole
Comissão Fiscal: Carlos Azevedo e Vilmar Vendrami
Conselho Técnico: Embrapa, Sebrae, Univali, Universidades, Organizações, Top Carnes Consultoria