Os preços dos insumos estão em alta para os produtores. De acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mesmo com o avanço da colheita, os preços do milho e da soja continuam aumentando no Brasil.
No caso do milho, esse cenário se deve à retração de vendedores, que têm expectativas de preços maiores nas próximas semanas, fundamentados nas incertezas sobre a produtividade em algumas regiões, especialmente do Paraná e do Centro-Oeste. Os compradores consultados pelo órgão, por sua vez, priorizam as aquisições de pequenos lotes para atender à demanda de curto prazo. No acumulado de agosto (até o dia 17), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa de milho – base Campinas (SP) subiu 5%.
Já a soja, com menor excedente interno da safra 2017/18 e com baixa oferta de caminhões, grande parte dos sojicultores consultados pelo Cepea prefere guardar a oleaginosa em estoque para comercializar a partir de outubro, que sinaliza paridade de exportação mais atrativa apesar da colheita americana.
Agentes do Cepea relatam que a logística para entrega em setembro já está praticamente tomada, impedindo novas grandes negociações para entrega neste período. No geral, a demanda externa pelo grão brasileiro segue aquecida, cenário que tem mantido os prêmios de exportação do Brasil em alta. Adicionado à maior taxa de câmbio, os preços de soja seguem elevados.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) avançou 1,83% entre 10 e 17 de agosto, a R$ 90,79/saca de 60 kg nessa sexta-feira. No mesmo comparativo, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 0,87%, a R$ 83,95/sc de 60 kg. A elevação nos preços domésticos se deve também a valorização do dólar frente ao Real.