Redação AI 05/06/2003 – A Fazenda Pé Forte, um dos maiores criatórios de avestruzes do País, instalado em Uberaba (Triângulo Mineiro), vai embarcar 1,5 mil peças de couro para Israel nos próximos 60 dias ao valor de US$ 250 mil. É o primeiro lote de uma encomenda de 12 mil peças e marca a entrada da agroindústria no mercado externo.
O contrato só não foi maior porque a Fazenda Pé Forte não teve condições de atender à demanda da distribuidora israelense de 30 mil peças de couro. Além disso, a empresa, neste primeiro lote, atendeu somente a 13% do volume contratado. O restante da encomenda será entregue ainda neste ano.
Para obter o couro, o criatório vai abater cerca de 2 mil aves, o que irá render a negociação de 60 toneladas de carne no mercado interno. “Teremos que arrendar pela primeira vez um matadouro, pois só começaremos a operar com um próprio daqui a três meses”, afirma Joel Wolff, dono da Fazenda Pé Forte.
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Segundo ele, o projeto para a construção do matadouro, o primeiro de Minas Gerais específico para avestruz, demanda investimento de R$ 500 mil a R$ 900 mil. “O projeto está em fase final de formatação, o que nos impossibilita de revelar o montante.”. O ideal, acrescenta Wolff, é que o matadouro, com capacidade para abater 100 animais por dia, seja instalado na própria fazenda, pois a qualidade do couro e da carne pode ser comprometida. A tecnologia utilizada no beneficiamento do couro pela Pé Forte foi adquirida na África do Sul e em Israel. No exterior, a peça do couro, que tem em torno de 1,4 m, custa entre US$ 120 e US$ 300.
“Também importamos o sistema israelense de criação, incubação e alimentação, sendo o país um dos maiores criadores de avestruz do mundo”, revela. Com isso, o criatório garantiu um manejo mais simples e prático das aves, o que reduz custos de produção. Somente a ração desenvolvida pela própria fazenda com tecnologia israelense diminui em 35% o custo final da ave no mercado interno.
“Além da nosso própria ração, utilizamos a nacional, cujo custo é bem inferior ao da importada”, explica. Com a montagem do abatedouro a Pé Forte, que atua neste ramo desde 2000, completa o ciclo de produção da cadeia, pois poderá ofertar ao mercado subprodutos como penas e ovos. No ano passado, o criatório produziu 8 mil filhotes. Para 2003, estima crescimento de 50%.
