A JBS anunciou nesta quarta-feira que fechou um acordo para aquisição do controle da empresa espanhola BioTech Foods e que vai ingressar no mercado da proteína cultivada – carne feita a partir de células animais e não da pecuária.
A operação inclui o investimento de US$ 41 milhões na construção de uma nova unidade fabril na Espanha para dar escala à produção e a implantação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em Biotecnologia de Alimentos e de Proteína no Brasil.
Em comunicado ao mercado, a JBS informou que a consumação do negócio está sujeita à confirmação da autoridade de investimento estrangeiro na Espanha, dentre outras condições usuais a este tipo de operação.
Segundo a empresa, com o investimento no Centro de Pesquisa em Proteína Cultivada no Brasil, previsto para ser inaugurado em 2022, a JBS pretende desenvolver novas técnicas que acelerem os ganhos de escala e reduzam os custos de produção da proteína cultivada, antecipando sua comercialização no mercado.
No total, a JBS destinará US$100 milhões às duas iniciativas, que “estão em linha com a estratégia da Companhia de ampliar a sua plataforma de novas formas de produção de proteína, como reflexo das novas tendências de consumo e do crescimento populacional esperado nas próximas décadas”.
Segundo a JBS, a proteína cultivada vai chegar às prateleiras em forma de hambúrgueres, embutidos e almôndegas, por exemplo. A empresa diz que a tecnologia “tem potencial não apenas para a produção de proteína bovina, mas também para a de frangos, suínos e pescados”.
A BioTech Foods trabalha com o desenvolvimento de biotecnologia para a produção de proteína cultivada, contando com o apoio do governo espanhol e da União Europeia. A empresa opera uma planta-piloto na cidade espanhola de San Sebastián, e deve produzir para o mercado de fato apenas em 2024, de acordo com a JBS.
O aporte faz com que o frigorífico se torne o acionista majoritário da BioTech Foods.