O lucro líquido do terceiro trimestre da BRF deve mostrar um recuo de 98,4% na comparação com o mesmo período de 2015, conforme a média das estimativas coletadas pela Agência CMA com instituições financeiras.
O trimestre fraco deve ser decorrente da receita menor no mercado doméstico e da pressão adicional nas margens no exterior, onde os preços subiram pouco.
De acordo com os analistas do Itaú BBA, Antônio Barreto e Thomas Budoya, os elevados custos dos grãos pressionaram os resultados da empresa, enquanto as despesas devem mostrar crescimento, especialmente com o marketing na Olimpíada. “O terceiro trimestre será, provavelmente, o ponto mais baixo do ciclo negativo”, afirmam, em relatório.
A receita líquida deve mostrar ligeiro avanço de 3,4%, para R$ 8,461 bilhões, ainda na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. “Esperamos uma receita estável, tanto no mercado doméstico quanto internacional”, afirma o analista do Morgan Stanley, Jeronimo de Guzman, que prevê queda no ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) devido ao custo dos grãos, preços baixos no mercado internacional e consumo doméstico fraco.
Em média, a expectativa é de contração de 38,7% no ebitda, para R$ 933,28 milhões. Segundo Thiago Duarte e Vito Ferreira, analistas do BTG Pactual, a queda no ebitda também é explicada pela desaceleração do ciclo de aves que afetou todo o setor e pela demanda brasileira por produtos mais baratos devido à recessão.
Apesar dos resultados negativos esperados para diversos indicadores, a reação do mercado, caso as projeções se confirmem, não deve ser tão ruim. “Prevemos uma reação de neutra a negativa, pois acreditamos que o mercado está incorporando lentamente o próximo trimestre inexpressivo e pode se concentrar nas tendências de melhoria à frente”, afirma o analista do Santander, em relatório, Ronaldo Kasinsky.
Veja abaixo a média das projeções para o balanço do trimestre:
LUCRO LIQUIDO: retração de 98,4%, para R$ 134,3 milhões; com previsão variando de prejuízo de R$ 5 milhões a lucro de R$ 265 milhões
RECEITA LIQUIDA: avanço de 3,4%, para R$ 8,561 bilhões
EBITDA: queda de 38,7%, para R$ 933,28 milhões
MARGEM EBITDA: aumento de 4 pontos percentuais, para 11%
Nesta prévia foram utilizadas previsões e avaliações do BTG Pactual, Itaú BBA, Morgan Stanley, Santander e Goldman Sachs. A BRF divulga seus resultados financeiros e operacionais amanhã (27), após o encerramento das atividades na BM&FBovespa. Com informações da Agência CMA.