O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nessa segunda, dia 6, as crises de oferta e de disparada de preços do etanol na entressafra e ainda cobrou dos usineiros o crescimento da produção do combustível no mesmo ritmo da demanda.
“Se permitir que a cada ano tenha problemas, de oferta e preços, mesmo que em poucos meses, vamos cair na criação da desconfiança do Brasil, que não será bom”, afirmou, para uma plateia que reunia os maiores empresários do setor produtivo de etanol do país.
Lula lembrou o recente cenário de consolidação do setor sucroalcooleiro, com a aquisição de várias unidades produtoras e da estagnação da produção, sem a construção de novas usinas.
“Eu vejo muita gente dizer que tá comprando usinas e pouca gente que vai construir novas, precisamos acompanhar o crescimento do consumo para o crescimento da oferta, senão corremos o risco de perder a credibilidade”, afirmou.
O ex-presidente cobrou uma espécie de pacto entre governo, empresas e empregados para evitar os problemas constantes na entressafra de cana-de-açúcar, com a restrição na oferta e a disparada nos preços de etanol.
“Todo ano tem problema de entressafra, isso é coisa do passado, companheiros”.
Ainda segundo ele, o etanol brasileiro é um produto consolidado e o país não pode recuar no incentivo ao aumento de produção, sob o risco de dar razão aos críticos do combustível, principalmente os defensores do petróleo.
“A questão do etanol não pode voltar atrás e não temos o direito de jogar fora o sonho e dar razão aos dedos sujos dos nossos críticos”, concluiu.
Lula foi homenageado em um hotel na capital paulista como a personalidade política a receber o prêmio Top Etanol, criado pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), entidade que representa os usineiros.