O crescimento promissor do agronegócio e a oferta insuficiente de crédito ao setor para investimentos levaram o Magazine Luiza, umas das maiores varejistas do Brasil, a expandir sua atuação para financiamento de máquinas agrícolas. Em um cenário de linhas restritas, o Consórcio Magalu passou a oferecer cartas de crédito, via consórcios, para os produtores rurais por meio de suas mais de mil lojas existentes no país, além de site e aplicativo.
No ano passado, a empresa dobrou o número de gestores dedicados ao agronegócio e a área de consórcios para máquinas e caminhões cresceu 152% em relação a 2019. As cotas chegam a R$ 300 mil e o produtor, juntando três delas, compra máquina de até R$ 900 mil.
Um atrativo dos consórcios são as taxas de juros. No Moderfrota, linha mais tradicional de financiamento de máquinas, os juros são de 7,5% ao ano. No Pronaf, dirigido a pequenos e médios agricultores, eles são de 4,5%. Nos consórcios, a taxa média de administração é de 14% ao longo do contrato, segundo a Associação Brasileira dos Administradores de Consórcios (Abac).
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Para uma cota de R$ 207 mil com pagamento de 115 meses, por exemplo, a taxa média é de 0,12% ao mês e 1,44% ao ano. Em 2020, o número de participantes ativos de consórcios de máquinas agrícolas e caminhões cresceu 8,38% em relação a 2019, passando de 116,9 mil para 126,7 mil no país.
Os consórcios se expandem no espaço deixado pelos bancos, que não conseguem atender a demanda crescente. No Banco do Brasil, principal financiador do agronegócio, a procura por investimentos subiu 35% entre julho e dezembro de 2020. Nesse período, o banco liberou R$ 4,5 bilhões para pequenos, médios e grandes produtores. Com a forte demanda por crédito, a principal linha do BB para o agronegócio esgotou-se rapidamente nesta temporada. Os R$ 2,5 bilhões de sua linha própria, similar ao Moderfrota, mas sem equalização, duraram até novembro.
