Redação (23/11/2007)- A Associação dos Criadores de Avestruz do Triângulo Mineiro (Acatrim) está passando por processo de migração para Cooperativa de Avestruz do Triângulo (CAT) para agregar mais criadores da ave no Estado. Junto a esse processo, a cooperativa está criando o grupo Bravest, com investimentos que podem girar entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões em Uberlândia (Triângulo), para atender tanto o mercado interno quanto o externo, adiantou o vice-presidente da Acatrim, Marcelo Villa Francisco.
Há dois anos no mercado, a Acatrim conta com 150 associados e um plantel de 500 animais. Além disso, possui um incubatório com capacidade de postura e nascimento de 3 mil filhotes por ciclo (42 dias). "No Estado devem ter algo entre 3 mil e 4 mil aves. O mercado é muito novo. A avestruz chegou no país há 10 anos e neste ano está se desenvolvendo bem", explicou.
O momento para a associação é de abertura de mercado. "Antes, a carne de avestruz se restringia aos mercado de São Paulo e Rio de Janeiro. "Hoje estamos atuando em Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Ribeirão Preto e em Uberlândia, onde fica a sede", afirmou.
Nos dois últimos anos, época da sua criação, a associação mantém um estoque médio de 44 toneladas de carne, com uma produção média total de 50 toneladas anuais. "A cotação da carne de avestruz varia entre R$ 25 e R$ 60. No Estado, esta cotação é mais baixa e gira entre R$ 18 e R$ 45", explicou. Segundo o vice-presidente, essa diferença acontece em função de, no começo, a carne de avestruz se tratava de um produto muito exótico e pouco demandado no mercado regional.
Consumo
Francisco ressalta que muitas pessoas ainda não conhecem esse tipo de carne, que oferece baixos níveis de gordura, boas doses de ômega 3 e ômega 6, uma proudto livre de hormônios, sem contar que é considerada a carne mais saudável do mercado. Segundo ele, a demanda pela avestruz no Estado está aumentando. "Esse é o nosso primeiro ano de vendas. Nossa expectativa para este exercício é comercializar cerca de sete toneladas da ave", adiantou.
Um dos entraves encontrados pela associação é que o país não possui liberação para exportar para a União Européia, que é um dos maiores consumidores mundiais. "Conseguimos exportar plumas e couro, com toda a produção sendo escoada. O couro vai para a África. Em relação às plumas, uma grande quantidade fica no país em função dos carnavais e uma parte é vendida para os Estados Unidos", explicou.
No país, existem três frigoríficos autorizados para abate de avestruz. Um está localizado em São Paulo, outro em Fortaleza e o terceiro em Bela Vista de Goiás. "As expectativas para a associação são boas, crescer cerca de 40% no próximo ano. O governo está iniciando os programas de comercialização e está começando a incluir a avestruz neles", comemorou.