Redação (10/07/2008)- Os empreendedores de plantão sabem que está exclamação em "moldes Shakespeareanos", é completamente inóqua; pois, os dois mercados devem ser trabalhados. O fato é que o mercado externo absorve volumes bem maiores que o nacional, e no curto prazo, solucionaria em parte, o escoamento da produção de carne de avestruz brasileira.
No ano passado a comunidade européia oficialmente absorveu cerca de 4500 ton/ano de carne de avestruz, dos quais quase a totalidade deste montante foi fornecido por players africanos: África do Sul, Zimbabwe e Botswana. Destes a África do Sul é hegemônica sendo responsábvel por 96% da produção de carne de avestruz africana enviada para Europa.
Já o Brasil, em 2007 produziu cerca de 900 ton de carne de avestruz, e tem dificuldade de fazer com que esta produção seja efetivamente absorvida pelo mercado consumidor.
Caso a carne de avestruz brasileira já estivesse sendo absorvida pelo mercado europeu, nossa produção seria apenas 17% do mercado europeu, e seria facilmente absorvida, pois, a União Européia segundo analistas de mercado, especialistas em carne de avestruz, possui um mercado potencial de 30.000 ton, caso houvesse uma maior divulgação deste produto com marketing focado e sistemático.
Muitos poderiam se perguntar, mas então por que os africanos, não aumentam a sua produção ? A resposta está no mercado do couro,que efetivamente é o que mais rentabiliza o agronegócio mundial do avestruz.
Atualmente os mestres do busyness do avestruz ( os sul-africanos ), regulam a sua produção para colocar no mercado internacional algo entre 150 a 200 mil peles curtidas, o que assegura preços generosos para o couro de avestruz, que na prática, sustentam e rentabilizam a indústria sul-africana.
Sabendo disto, os estrutiocultores brasileiros devem dimensionar suas pretensões no mercado externo e, medir esforços viscerais para adentrar a todo custo no mercado europeu, pois, é nesta seara mercadológica que conseguiremos no curto prazo o volume de escoamento para consolidar agroindústria brasileira do avestruz. Vale, é claro, comentar que concomitantemente, os empreendedores devem se preparar para também disputar o mercado do couro curtido, uma vez que não é a toa, que a região dos folículos da pele de avestruz é chamada de diamante.
Nesta ótica, a efetivação do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes – PNCRC da carne de avestruz, é hoje a chave que dará ignição para movimentarmos com maior velocidade as rodas financeiras da estrutiocultura brasileira, pois, permitirá a abertura não só do velho continente, mas sim, do mercado externo em geral, uma vez que o controle de resíduos e contaminantes, é uma barreira sanitária exigida não só pelos consumidores europeus, mas pelos principais mercados compradores de produtos alimentícios, que a cada dia que passa ficam mais restritivos, colocando a biossegurança alimentar como reguladora e protetora de seus mercados internos.
A ACAB desde fevereiro de 2007, está na vanguarda institucional de promover ações e articulações políticas para efetivar o PNCRC/Avestruz, sendo que nossa próxima assembléia geral, que ocorrerá no dia 11 de julho, na sede da União Brasileira de Avicultura (UBA), a partir das 14:00 h, em São Paulo (SP), deverá dar um ponto final para esta questão, pois, todos os interessados pelo bom desenvolvimento da pecuária do avestruz, quer sejam associados ou não, deverão comparecer para que democrática e associativamente, tracemos as diretrizes finais para a conquista do PNCRC/avestruz, e portanto, do mercado externo, que num efeito dominó, dará a efetiva motricidade para continuarmos aumentando nosso mercado interno e num futuro próximo sermos um dos maiores players do mercado mundial.
O Brasil em termos de plantel de avestruzes já é o segundo maior do mundo, inclusive em produção de carne! Temos uma climatologia e extensão de terras invejáveis, e portanto, natural aptidão para o agronegócio. Por que então, o Brasil também não seria um grande player mundial da carne de avestruz, como já é na produção de outras proteínas de origem animal ( bovino, frango e suíno ) e, por que não dizer, também vegetal ( soja ) ?
A resposta estará nesta XLIII Assembléia Geral da ACAB e no seu quórum, ou seja, na efetiva união dos estrutiocultores brasileiros em prol de um único objetivo: a consolidação da estrutiocultura industrial brasileira.