Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Mercado

Mercado suinícola apresenta oferta elevada no Brasil e destaque do Chile nas importações

Nos últimos anos, a suinocultura tem lidado com margens estreitas, mas houve uma leve melhora em 2023

Mercado suinícola apresenta oferta elevada no Brasil e destaque do Chile nas importações

O mercado de suínos enfrenta um panorama desafiador devido à oferta elevada no Brasil. Nos últimos anos, a suinocultura tem lidado com margens estreitas, mas houve uma leve melhora em 2023.

Para compreender a situação atual de preços, oferta, demanda e custos, o Agro Times conversou com Wagner Yanaguizawa, analista econômico de proteína animal do Rabobank, e Allan Maia, analista da Safras & Mercado.

Oferta, demanda e preços

Os preços da suinocultura estão em queda, tanto no atacado quanto para o animal vivo, devido ao cenário de baixa nos mercados internacionais de commodities como soja e milho, que são dois dos principais insumos da atividade.

“Essa desvalorização dos grãos pressiona os preços da proteína, juntamente com um cenário de oferta elevada que persiste há 2-3 anos. No mercado doméstico, com a chegada do frio, observamos um aumento sazonal na demanda no Centro-Sul, embora o setor enfrente um desafio para estimular o consumo interno”, explica Yanaguizawa.

Para o analista do Rabobank, o estímulo ao consumo de carne suína continua sendo o principal desafio para o mercado brasileiro da proteína.

Exportações

  • China

De acordo com o analista do Rabobank, a China continua sendo o principal destino das exportações brasileiras, com os volumes retornando aos níveis de anos anteriores.

No entanto, Yanaguizawa destaca que o embargo das exportações do Brasil para a China, entre fevereiro e março, resultou em menores volumes de suínos exportados para o país, com cargas nos portos aguardando liberação.

“As melhores oportunidades de negócio ainda estão concentradas nas exportações para a China, com o Brasil enviando bons volumes para o país asiático, que responde por 38% do volume exportado”, explica.

No entanto, na visão de Allan Maia, assim como ocorre com a carne bovina, a China está pagando preços menores de importação, o que afeta também a suinocultura.

Consequentemente, os chineses compram suínos por um preço equivalente a “torresmo” e os vendem no mercado interno do país a um preço equivalente a “jamón”, um tipo de presunto curado produzido na Espanha, com um aumento de 32,58% no valor médio da tonelada.

Segundo o Rabobank, nos quatro primeiros meses do ano, o Brasil registrou um aumento de 16% no volume e de 30% na receita das exportações de suínos para a China em comparação com o ano anterior.

A expectativa é que a China aumente as importações do Brasil no final de junho e início de julho, devido ao feriado da “Golden Week” no país, que ocorre entre…

  • Chile

O Chile se tornou o terceiro maior importador da proteína suína brasileira, ficando atrás apenas da China e de Hong Kong, com um aumento de 69% no volume importado em comparação com 2022. O país responde por 7,3% das exportações do Brasil.

“Esses novos negócios com o Chile devem crescer ainda mais, com a habilitação de novas plantas, o que trará mais oportunidades de demanda para esse mercado”, afirma Yanaguizawa.