Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Grãos

Milho tem alta na Bolsa de Chicago

Soja e trigo também avançaram nesta sexta-feira

Milho tem alta na Bolsa de Chicago

Ainda sob o impacto dos cortes nas estimativas de colheita de milho nos Estados Unidos e na Argentina que o Departamento de Agricultura americano (USDA) divulgou ontem, o grão fechou mais uma vez em alta — sua quarta consecutiva — na bolsa de Chicago. Os lotes do cereal para março, os mais negociados atualmente, subiram 0,60%, a US$ 6,75 por bushel, e os contratos que vencem em maio avançaram 0,63%, a US$ 6,7375 por bushel.

Ontem, o USDA reduziu em mais de 5 milhões de toneladas sua estimativa para a produção americana em 2022/23, para 348,75 milhões de toneladas. Na Argentina, onde a seca vem prejudicando o plantio da safra, o órgão cortou a projeção de colheita em 5,5%, para 52 milhões de toneladas.

O Sul do Brasil também preocupa os investidores em Chicago. Muitos analistas preveem quebra na produção de milho no Rio Grande do Sul, que enfrenta mais um ano de estiagem severa.

“Ainda que o Estado não tenha uma grande oferta como a Argentina, a queda na produção tem impactos sobre o mercado, já que o Rio Grande do Sul vai precisar comprar o grão que provavelmente seria exportado. Isso leva a uma redução na disponibilidade global”, disse João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.

No município gaúcho de Santa Maria, a Emater-RS estima queda de 50% na produtividade. Mas, segundo Delcimar Gonçalves Borin, presidente do sindicato rural da cidade, alguns produtores não conseguirão colher nada.

“A estiagem de agora é mais agressiva que a de 2021. Naquele ano, chegamos a oferecer água para ajudar os municípios vizinhos que sofriam com a falta de chuva. Mas, agora em 2023, estamos recebendo caminhões-pipa para o abastecimento das propriedades”, comentou.

A estimativa inicial da Emater, de agosto do ano passado, era de colheita de 6,1 milhões de toneladas no Estado. Mas, com o volume insuficiente de chuvas, a produção pode ser de apenas 3,5 milhões, segundo a StoneX.

Soja

A redução da estimativa de oferta de soja na Argentina e nos EUA sustentou os preços da oleginosa em Chicago nesta sexta-feira. Os contratos do grão para março, os mais líquidos, fecharam em alta de 0,61%, a US$ 15,2775 por bushel.

Ontem, o USDA contrariou as previsões de analistas e reduziu em 2 milhões de toneladas a projeção de colheita nos Estados Unidos na safra 2022/23. Agora, o órgão estima 116,4 milhões de toneladas. Na Argentina, outro grande exportador, o clima seco não dá trégua, o que levou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires a reduzir de 48 milhões para 41 milhões de toneladas sua estimativa para a produção nesta safra 2022/23. A falta de chuvas no país já havia retardado a semeadura — cerca de 500 mil hectares foram semeados fora da janela ideal.

Com isso, a estimativa de área de cultivo passou de 16,7 milhões para 16,2 milhões de hectares. João Pedro Lopes acredita que os preços vão se sustentar acima de US$ 15 por bushel no curto prazo, puxados principalmente pelo quadro climático na Argentina, onde o tempo seco ainda pode levar a cortes adicionais na previsão de colheita.

Trigo

No mercado do trigo, os contratos para março, que são os mais negociados em Chicago, fecharam o pregão em alta de 0,13%, a US$ 7,4375 por bushel. Os papéis para maio, por sua vez, subiram 0,17%, a US$ 7,52 por bushel.