Na manhã desta quinta-feira (14), dezenas de militantes vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e à organização Via Campesina Brasil vandalizaram a sede da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), em Brasília. O prédio também abriga a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass).
Sob gritos de “Ocupar, resistir, produzir” e com bandeiras de movimentos sociais, os militantes fizeram dezenas de pichações no local com frases como “Agro mata” e “Agrosoja é fome”, além de mensagens com críticas ao presidente da República Jair Bolsonaro. Os agressores, que também apedrejaram as dependências da sede da entidade e vandalizaram a estrutura interna do local, estenderam uma faixa com os dizeres “Soja não enche o prato. Bolsonaro financia a fome” antes de deixarem o local.
De acordo com publicação do MST, a ação faz parte da “Jornada Nacional da Soberania Alimentar”, que tem como lema “Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome”, buscou fazer uma “denúncia ao atual contexto do aumento da fome no Brasil, que faz parte da estratégia política do governo Bolsonaro”.
“A manifestação (…) teve o objetivo de denunciar o modelo excludente e concentrador de renda representado pelo agronegócio, que impulsiona a inflação dos alimentos e contribui para o aumento da fome no Brasil”, cita nota do movimento.
A Aprosoja foi eleita pelos militantes como o alvo pela suposta ligação com Bolsonaro. Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio das contas da entidade por suspeita de financiamento aos atos pró-Bolsonaro 7 de setembro. O presidente da associação, Antônio Galvan, apoiou as manifestações, mas nega que a entidade tenha contribuído financeiramente com os atos.
Ainda pela manhã, a Polícia Civil foi ao local fazer a perícia. O caso é acompanhado pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), que apura crimes de dano ao patrimônio e associação criminosa.