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Multinacionais de alimentos estão otimistas com o Brasil

A desaceleração da economia brasileira, que afeta outros setores, parece que ainda não foi sentida no carrinho do supermercado.

Estande de frutas em supermercado da rede Pão de Açúcar, no bairro do Butantã
Estande de frutas em supermercado da rede Pão de Açúcar, no bairro do Butantã

Apesar das preocupações de investidores e da reclamação de empresas, a desaceleração da economia brasileira parece que ainda não foi sentida no carrinho do supermercado. Gigantes do setor de alimentos e bens de consumo, como a francesa Danone e a suíça Nestlé, seguem animados com o Brasil. A mesma coisa acontece com grandes varejistas europeus, como os franceses Carrefour e Casino.

“Não há desaceleração para nós. Pode até ser que ela venha. Talvez, o que temos agora é um pouco de volatilidade”, disse o diretor financeiro da francesa Danone, Pierre-Andre Terisse, ao responder uma pergunta durante teleconferência no fim de julho sobre eventual preocupação com a desaceleração em emergentes como a China e América Latina. Na apresentação dos resultados, Terisse fez uma série de elogios ao desempenho da filial brasileira.

“O Brasil, particularmente, continua sendo um motor muito forte para o crescimento do grupo”, disse ele. “Continuamos a fazer progressos e reforçar nossa presença na América Latina, com um desempenho muito forte no Brasil”.

A concorrente Nestlé também elogiou o mercado brasileiro. “Na América Latina, o Brasil continua a entregar um alto nível de crescimento orgânico”, destacou o balanço divulgado em 8 de agosto. Aos acionistas, a companhia suíça destacou que a venda ‘do achocolatado Nescau e dos biscoitos foram o ponto alto’ no Brasil. “E o chocolate Kit Kat continua a construir um forte momento (no País)”, diz a empresa.

A anglo-holandesa Unilever reconheceu no balanço semestral que grandes emergentes como o Brasil e Rússia dão sinais de desaceleração. Apesar disso, a companhia destacou positivamente o desempenho da filial brasileira na primeira metade do ano, tanto que a empresa acelerou o lançamento de produtos no País.

Como os brasileiros continuam comprando achocolatados, biscoitos, chocolates e produtos de limpeza, os supermercados não têm do que reclamar. No balanço do francês Carrefour, as vendas no Brasil subiram 9,5% no segundo trimestre, na comparação com igual período de 2012. O ritmo, porém, é menos intenso que no primeiro trimestre, quando as vendas avançaram 13,3%.

O concorrente Casino está ainda mais feliz com o Brasil. Com a incorporação do Grupo Pão de Açúcar, a América Latina contribuiu com quase dois terços do lucro operacional do grupo francês no semestre. Depois da briga pelo controle do varejista brasileiro, o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, elogiou diversas vezes a filial brasileira. “Foi excelente”, resumiu.