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Negócio exige conhecimento

Antes de iniciar a criação de avestruz, produtor precisa ter informações e estar convencido de que a atividade é vantajosa.

Redação AI 08/03/2004 – 06h45 – A estrutiocultura, ou criação de avestruz, tem atraído cada vez mais investidores. Por ser uma atividade nova, diferente e que promete boa lucratividade, pessoas do campo e das áreas urbanas têm feito investimentos na criação, tanto de forma isolada quanto associados a grupos ou entidades desse segmento. No Brasil, o plantel atual é de cerca de 100 mil aves, basicamente em fase de formação.

Antes de iniciar a criação, os interessados devem tomar certos cuidados, que vão desde a escolha de qual segmento da cadeia será seguido até a área a ser utilizada, passando pela compra das aves, maquinário e tecnologia, alimentação, clima, controle sanitário e mão-de-obra especializada. De acordo com Joel Wolff, diretor da Fazenda Pé Forte, empresa que se dedica à criação de avestruzes em Uberaba (MG), isso significa dizer que o investidor precisa ter bom conhecimento do negócio e estar convicto de que vai integrar a cadeia produtiva com dedicação e responsabilidade.

Que fase adotar

Conforme Joel Wolff, é necessário que o novo produtor conheça as peculia ridades do segmento escolhido dentro da atividade. Se a intenção é criar filhotes de 1 dia a 3 meses de idade, a alimentação é o item que merece maior atenção, além do manejo adequado, considerando quantidade de animais por piquete, tipos de piso e tipos de pasto. Para o bom desempenho dos filhotes é necessário oferecer ração específica para cada época do ano, contendo macro e microelementos. A higiene, o clima e o controle sanitário também são fundamentais para o sucesso dessa fase.

A partir de 3 meses de idade as aves já começam o período de engorda para abate. Nessa fase, de acordo com Joel Wolff, a qualidade da área de criação, da ração oferecida também diferenciada para cada período do ano e do pasto precisa ser considerada. O novo produtor deve ainda manter rígido controle sanitário e de peso dos animais, regular o tamanho e a quantidade de pedras oferecidas aos avestruzes (elas ajudam no processo digestivo) e planejar uma área silenciosa para que elas não se distraiam com facilidade e deixem de alimentar.

Na criação de avestruzes para produção de ovos, o controle sanitário e a qualidade da alimentação das aves devem ser controlados para obtenção de melhor desempenho na época da postura. Na incubação, o importante é garantir a qualidade da tecnologia e dos equipamentos utilizados, além de ficar atento à umidade.

Joel Wolff argumenta que é difícil para um empreendimento fazer com eficiência todas as etapas da criação. Daí o esforço que a empresa que dirige vem desenvolvimento no sentido de estabelecer parcerias para que cada criador seja responsável por determinada etapa da atividade (fornecimento de matrizes, produção de ovos, engorda dos animais, abatedouro, processamento do couro e assim por diante).

Compra de animais

Após estabelecer o local adequado de criação, outro cuidado que o investidor deve tomar é com relação à compra das aves. Preferência deve ser dada a criatórios de origem conhecida, com ficha de acompanhamento veterinário desde o nascimento dos filhotes e com histórico de matrizes poedeiras. Animais de origem duvidosa podem apresentar defeitos e problemas sanitários, com graves prejuízos no futuro.

Atenção também deve ser dada às instalações, incluindo tipo de arame utilizado nos piquetes, tipo de pedra, comedouros, espécies de capins e outros detalhes igualmente importantes. Para Joel Wolff, seguindo corretamente esses passos, dificilmente o criador se decepcionará com a atividade, que já apresenta resultados positivos em termos de produção, produtividade e lucratividade. Existem bons criatórios nas diversas regiões do País, aptos a estabelecer parcerias que assegurem o sucesso do negócio. O principal é ter em mãos um bom planejamento para não ter surpresas ou prejuízos.