A soja subiu pelo terceiro pregão seguido na bolsa de Chicago nesta sexta-feira, mais uma vez como reflexo de novas exportações dos Estados Unidos. O contrato para novembro, que é hoje o mais negociado, subiu 0,21% (8,25 centavos de dólar), a US$ 13,3675 o bushel.
Assim como ocorreu na véspera, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reportou vendas de soja para a China, o que deu impulso às cotações da oleaginosa, disse Doug Bergman, analista da RCM Alternatives. Os embarques a destinos não revelados — que o mercado pressupõe ser a China — somaram 300 mil toneladas nesta quinta e 131 mil toneladas hoje.
“Mais compras devem ser anunciadas nos próximos dias porque elas estão aquém dos compromissos típicos para esta época do ano”, completou Bergman à Dow Jones Newswires. A informação de que empresários americanos pediram ao governo Joe Biden que retome o diálogo sobre comércio com a China ofereceu suporte adicional aos preços.
Sob esse quadro, também o trigo fechou em alta, após uma sequência de três sessões em baixa. O contrato para setembro, o mais negociado, subiu 0,88% (6,25 centavos de dólar), a US$ 7,190 o bushel. No vencimento seguinte, dezembro, o avanço foi de 1,03% (7,50 centavos de dólar), a US$ 7,3325 o bushel.
Depois de o cereal passar a semana em correção técnica, seus fundamentos voltaram a prevalecer. A avaliação é de que a safra mundial 2021/22 não terá um quadro de oferta e demanda tão confortável quanto o projetado em julho pelo USDA.
Esse movimento teve influência sobre as negociações em outras bolsas. Segundo o Commerzbank, o trigo negociado na bolsa de Paris, importante mercado para a commodity na Europa, chegou a seu maior valor desde abril de 2013, no patamar de 240 euros por tonelada. “O fornecimento de trigo está se tornando cada vez mais restrito — não apenas na Rússia, nos Estados Unidos e no Canadá, que dominaram as notícias ultimamente, mas também na União Europeia”, disse o banco alemão, em relatório.
O dia também foi de valorização do milho. O vencimento para dezembro, atualmente o de maior liquidez, subiu 0,63% (3,50 centavos de dólar), a US$ 5,560 o bushel.
Para Michael Sabo, analista da RJO Futures, o mercado está em fase de consolidação de preços, diante de uma perspectiva de piora na produtividade do cereal nos EUA. O USDA publicará seu relatório sobre o indicador no próximo dia 12.
“O mercado busca uma direção clara. Quanto mais tempo dura a consolidação, maior a expectativa. Acho que a mudança ‘real’ virá a partir de 12 de agosto. Fique atento para o USDA”, disse ele, em relatório.