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Nova carta do presidente da ACAB

<p>Adair Ribeiro Junior aconselha, sugere e recomenda as melhores iniciativas e oportunidades da estrutiocultura neste momento.</p>

Redação AI (13/06/06)- O Presidente da ACAB, Adair Ribeiro Jr., fala mais uma vez a todos os criadores da ave no Brasil aconselhando, sugerindo e recomendando as melhores iniciativas e oportunidades do setor neste momento. Leia a carta abaixo:

Prezado(a) Amigo(a) Estrutiocultor(a),

Estamos prestes a iniciar, em muitos Estados, o período reprodutivo de nossas avestruzes, sendo que alguns criadores e regiões já começaram a incubação dos ovos. Muitas incógnitas existem na cabeça de nossos criadores sobre o futuro das aves da safra 2.006/2.007 e da própria atividade estrutiocultora.
 
As dúvidas vão desde o destino das aves nascidas da estação reprodutiva 2005/2006 até a tomada de decisão de dar início à de 2.006/2.007- mantendo as aves com ração de manutenção – ou simplesmente, não incubar os ovos desta postura.
Tudo pelo motivo da dificuldade de comercialização e falta de liquidez do mercado para escoar a produção da safra passada.
 
Gostaríamos de lembrar que sempre atravessamos grandes turbulências e dificuldades no mercado o que é natural na implantação de uma pecuária alternativa nova e desconhecida. Enfrentamos desde o abate sanitário de avestruzes pelo MAPA em 1997 até a quebra do Grupo Avestruz Master, que gerava uma liquidez irreal no mercado estrutiocultor e provocou infundadas desconfianças sobre nossa atividade.
Mas a principal diferença existente entre os problemas do passado recente e os que são enfrentados hoje por nossos criadores é a existência de um plantel significativo que possuímos e o aumento dos animais em fase já de reprodução, principalmente nos Estados de São Paulo, Bahia, Goiás e Paraná.
Aliado a pouca quantidade de plantas frigoríficas já prontas e em operação lembrando, ainda, que existem cerca de 20 (vinte) pedidos de adaptação de frigoríficos em vários Estados para o abate de avestruzes no MAPA e vários projetos de construção de plantas frigoríficas específicas, além das plantas já existentes e de pleno conhecimento de todos -, este aumento do plantel nos leva a fazer reflexões que são fundamentais e de grande utilidade para a comunidade estrutiocultora:
 
É chegado o momento da seleção genética dos plantéis de nossos criadores. Aves que possuem índices zootécnicos baixos ( pouco produtivas e com índices de fertilidade baixos) devem ser, sumariamente, descartadas dos criatórios visando a conseqüente redução de custos. Nossos criatórios já possuem dados estatísticos que permitem a análise e conseqüente descarte de indivíduos que não atendam a índices zootécnicos satisfatórios e pré-definidos pelo criador;
É chegado o momento de nossos criadores investirem no melhoramento genético de seus avestruzes, através do PROGESTRUZ que já conta com mais de 1.400 aves sendo avaliadas pelo programa. Um programa inédito no mundo, com supervisão científica de um dos maiores especialistas do Brasil, o Professor Alcides Ramos, da UNESP;

O registro dos criatórios é fundamental para a sobrevivência do criador. O MAPA já possui, em vários Estados, o cadastro de todos os estabelecimentos avícolas geo-referenciados. A Instrução Normativa 02 é do ano de 2.003 e já não existem mais razões para a não regularização de todos os criatórios junto ao MAPA. O registro do estabelecimento é a CERTIDÃO DE NASCIMENTO do criador e o primeiro passo para a existência comercial do critatório;

É chegado o momento da completa profissionalização dos nossos empreendimentos, seja na área sanitária e de bioseguridade, seja na área de tecnologia de produção, seja na comercialização e nos custos de produção. Hoje existem criatórios extremamente profissionais e que são verdadeiras fazendas modelo, inclusive com certificação internacional e criadores que criam avestruzes simplesmente pelo exotismo, no fundo do quintal;

Sabemos que o enfrentamento destes momentos de incertezas devem ser superados com extremo profissionalismo e, nem sempre as decisões são simples e fáceis.Existem Estados mais adiantados no processo de fechamento da cadeia produtiva e existem outros que nem chegaram a pensar nisso. Mas a realidade e a certeza são uma só: Os produtos do avestruz tem mercado certo e comprador, principalmente, o mercado externo. O mercado interno está sendo formado gradativamente e a procura por alimentos saudáveis e funcionais é cada vez maior e cabe somente à cadeia produtiva os devidos investimentos para a consolidação definitiva deste mercado interno;

O investimento no marketing dos produtos do avestruz, principalmente da carne, deve ocorrer de imediato. O fortalecimento das Associações Estaduais e das Cooperativas é fundamental para que ocorra um esforço concentrado e dirigido. A união traz força, traz representatividade, traz redução de custos e traz competitividade;

A ACAB intensificou seus esforços junto ao MAPA para que a edição da Normativa Específica de Abate de Avestruzes ocorra o quanto antes, pois necessitamos desta normativa para o devido aumento das plantas frigoríficas e o devido escoamento de nossa produção;

A valorização das Associações Estaduais e das Cooperativas, e conseqüentemente, da ACAB proporciona, cada vez mais, ações dirigidas e coordenadas no sentido da difusão institucional dos produtos do avestruz e representatividade junto aos órgãos reguladores e oficiais;

É sabido, por todos, as conquistas já alcançadas por nossa ACAB. Gostaríamos de destacar que a ACAB, ineditamente, participou do XII WORLD OSTRICH CONGRESS WOC na cidade de Madrid, Espanha, no período de 14 a 16 de outubro de 2005, com estande próprio que foi utilizado para divulgar a estrutiocultura brasileira, dar suporte logístico aos congressistas brasileiros e fazer a campanha para o Brasil sediar o próximo evento mundial, objetivos estes, plenamente alcançados;

A ACAB, recebendo o reconhecimento a todo o trabalho efetuado no WOC 2005 conquistou, por unanimidade dos presentes, o direito de sediar o XIII WORLD OSTRICH CONGRESS, que será realizado nos dias 26, 27 e 28 de outubro, próximos, juntamente com o AMERICAVESTRUZ 2006, o I LATIN AMERICAN RATITE SCIENCE WORKSHOP-LARSW, o III WORKSHOOP PAULISTA DE ESTRUTIOCULTURA e o EXPOOSTRICH 2006.

Com certeza, este será o maior evento já realizado pela estrutiocultura mundial. Estamos preparando uma grade de palestrantes totalmente voltada para o fechamento da cadeia produtiva, mercado nacional e internacional, regulamentação nacional e internacional, sanidade e certificação dos produtos da estrutiocultura, entre outros temas de interesse dos estrutiocultores. Estamos trazendo especialistas e pesquisadores da África do Sul, China, Zimbabwe, Inglaterra, Polônia, Espanha, Arábia Saudita e brasileiros com experiência e renome internacional, que cuidaram de nos trazer informações sobre toda a cadeia produtiva e da industria do avestruz.

As diversas atividades agropecuárias, mesmo as mais fortes e tradicionais, estão atravessando um momento delicado e difícil. Muitos agro-empreendedores estão perto do colapso de suas atividades. A estrutiocultura é uma pecuária jovem que vem crescendo nos últimos onze anos e está próxima a chegar da sua maturidade e de se tornar uma cadeia produtiva sólida e geradora de riquezas. Mas, seja por problemas internos à atividade, ou seja, por problemas do próprio agronegócio brasileiro, estamos atravessando um grande momento de turbulências que deverá ser superado com esforços de todos e os devidos investimentos para o completo fechamento de nossa cadeia produtiva.

 Como já temos colocado em outras oportunidades: A ACAB necessita da participação de todos para que possa cumprir seu papel institucional e de continuar defendendo e representando os interesses dos estrutiocultores e da estrutiocultura brasileira.

A ACAB precisa de seu apoio. As Associações Estaduais precisam de seu apoio.

Se você já é associado da ACAB, mantenha suas obrigações estatutárias em dia, participe e traga a sua contribuição e as suas reivindicações. Se você é associado das Associações Estaduais, faça sua parte, participe, colabore, exija, faça a sua Associação forte e traga esta força e apoio para a ACAB, para que possamos ter cada vez mais representatividade e condições de fazer mais por nossos estrutiocultores.


 

Se você não é filiado a nenhuma associação, procure a ACAB, oriente-se, filie-se, venha fazer parte da organização e dos rumos desta nova pecuária nacional.
Os Estrutiocultores precisam ter a consciência política de que só com a união seremos forte. Só com a união teremos o poder de nos fazer ouvir. Só com união poderemos construir uma estrutiocultura forte, organizada e representativa. Só com a união virá a solução de nossos problemas, que passarão a ser problemas de todos, que trabalharão para atingir os objetivos comuns. Só com a completa profissionalização de nossos estrutiocultures, com treinamento e capacitação poderemos ser competitivos numa pecuária global. Só com a sua participação é que existirá a ACAB.
A ACAB não tem dúvida que o Brasil será o maior player mundial, superando a África do Sul, pois temos condições climáticas, somos um país com característica agropecuária, temos um plantel significativo e riqueza genética que deverá passar por seleção e melhoramento genético, temos excelentes condições sanitárias e de bioseguridade, somos empreendedores e praticamos uma pecuária profissional.
Junte-se a nós, associe-se e cresçamos de forma organizada, democrática e com união. Venha contribuir e só assim seremos fortes, com a sua participação e com o seu apoio!
Atenciosamente,
Adair Ribeiro Junior
Presidente da ACAB – Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil