Conhecidos como um dos maiores limitadores de desempenho, os problemas respiratórios são problemas frequentes tanto do frango de corte quanto das poedeiras comerciais. Muitas vezes com causas multifatoriais, costumam se disseminar facilmente, principalmente em criações com alta densidade.
Agentes virais e bacterianos, comumente atuam em conjunto, e podem apresentar quadros graves de doença respiratória e mortalidade no lote, que, na maioria dos casos, só regridem com o uso de antimicrobianos.
Em frangos de corte, os problemas costumam ser mais tardios, por volta da terceira ou quarta semana, mas muitos deles podem ser evitados com alguns cuidados logo na chegada do pintinho à granja. Por se tratar de um problema com causas multifatoriais, questões de manejo, como aquecimento dos pintinhos e presença de amônia, e a escolha certa do programa vacinal podem resultar em uma diminuição significativa destes casos.
Ainda nos casos em frangos de corte, os principais agentes virais envolvidos são o IBV (Virus da Bronquite Infecciosa) e o MPVA (Metapneumovirus aviário). No Caso do IBV, temos algumas estirpes variantes que têm se tornado muito frequentes nos exames laboratoriais, porém gostaria de chamar atenção para o MPVA, este costuma ser um vilão silencioso, pois dificilmente aparece em exames laboratorias. Isto acontece pela característica do vírus, que se espalha de forma desuniforme no lote, chamando pouca atenção, além de ter uma resposta sorológica mais tardia, o que dificulta o diagnóstico sorológico.
Os quadros de doença respiratória podem ser agravados por problemas imunossupressores como a Doença de Gumboro e micotoxinas, ou até mesmo questões de manejo, já citadas anteriormente. E ainda tem os agentes oportunistas, em sua maioria bacterianos, sendo a Escherichia coli o mais comum deles, se aproveitam destas falhas para se instalarem, e, quando ocorrem lapsos no processo de limpeza e desinfecção, acabam sendo fonte de problemas para os lotes subsequentes.
Como sempre, prevenção é palavra de ordem! Em tempos onde o uso de antimicrobianos é cada vez mais limitado, boas práticas de manejo, a escolha correta das matérias primas e um bom programa vacinal são cruciais para redução destes problemas.
A vacinação contra Bronquite já é uma realidade em praticamente 100% das aves, e esta, vem sendo adaptada para cada região de acordo com a necessidade. Já a vacinação contra o Pneumovirus ainda é pouco difundida em frangos de corte, pois algumas vacinas não devem ser administradas junto com a vacina contra IBV no incubatório, porém existem cepas no mercado de replicação rápida e são capazes de promover proteção mesmo quando utilizadas em conjunto, inclusive na mesma solução vacinal.
Às vezes, nos preocupamos com o custo do programa vacinal, que na sua maioria das vezes é muito menor que um tratamento com antibióticos, e nem se compara com outros custos de produção como matéria prima e mão de obra. O programa vacinal deve ser escolhido a fim de promover a proteção adequada para as aves de acordo com os desafios de cada região, nunca por preço, pois este desaparece quando conseguimos lotes com bons resultados.