Com a determinação de intensificar as ações da Embrapa Internacional e pesquisas sobre variedades para o produtor rural, o engenheiro agrônomo Maurício Antônio Lopes assumiu ontem a presidência da Embrapa. Lopes foi indicado pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e a cerimônia de posse será realizada no próximo dia 15, na sede do ministério.
Graduado em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (MG), o mineiro de Bom Despacho era um dos nomes preferidos do governo para assumir o comando da estatal, conforme publicou o Valor. Pesquisador da Embrapa desde 1989, Lopes atuou como pesquisador no melhoramento genético de plantas, chefiou departamentos de pesquisa e foi coordenador de um programa de cooperação internacional na Ásia.
A experiência adquirida no exterior – atuou no Labex Coreia, laboratório internacional da Embrapa presente em diferentes países – pesou na escolha do cargo. Antes de se tornar presidente, Lopes ocupava o cargo de diretor-executivo de pesquisa e desenvolvimento da estatal.
Lopes tem mestrado em Genética pela Purdue University (EUA), doutorado em Genética Molecular pela University of Arizona (EUA) e pós-doutorado pelo Departamento de Agricultura da Agência para Alimentação e Agricultura da ONU (FAO), na Itália.
O novo presidente da Embrapa é defensor das pesquisas genéticas principalmente as voltadas para a área de mudanças climáticas. “Existe uma preocupação muito grande com o desenvolvimento de tecnologias para fazer frente aos eventos climáticos cada vez mais extremos, como o calor e o frio intensos fora de época. Para garantir a produção da agricultura frente a essas mudanças previstas para as próximas décadas, será necessário avançar substancialmente em diversos campos do conhecimento científico e tecnológico”, defende.
Segundo Lopes, a grande conquista da pesquisa agropecuária foi reduzir o custo dos alimentos para o povo brasileiro. “Nas últimas décadas, por meio das pesquisas no país, conseguimos diminuir o custo dos alimentos pela metade”, reforçou ele.
Lopes substitui Pedro Arraes, que estava no cargo desde 2009 e sua exoneração foi determinada pelo governo federal após críticas a sua gestão, sobretudo em relação aos investimentos da Embrapa Internacional. Nos próximos dias, uma sindicância interna deverá ser aberta para investigar a criação e projetos da área internacional da estatal.
Ontem foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), uma outra mudança: a exoneração do diretor Luiz Carlos Oliveira, do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária (DIPOA) do Ministério da Agricultura. Oliveira tomou posse do cargo em janeiro do ano passado. De acordo com fontes do ministério, sua exoneração foi causada por motivos de insubordinação. Segundo o secretário de Defesa Agropecuário, Ênio Marques, a troca tem a ver com a formação de uma nova equipe “mais afinada para os novos desafios”, afirma. Assume em seu lugar a coordenadora-geral de Inspeção do departamento, Judi Maria da Nóbrega.