As questões ambientais atingiram uma escala sem precedentes neste ano. No Brasil, as imagens de queimadas na Amazônia e no pantanal correram o mundo. Os números alarmantes de desmatamento no bioma amazônico se tornaram assunto de discussão internacional. O negacionismo, a falta de ações emergenciais e atuações conflitantes do governo federal colocaram o Brasil negativamente sob o radar das agendas ligadas à sustentabilidade e à preservação ambiental no mundo. Internacionalmente, a imagem do país pode estar arranhada, mas não a do agro. “Criou-se uma mania de dizer que a imagem do agro brasileiro é ruim no exterior. Definitivamente, isso não é verdade”, ressalta o presidente de Associação Brasileira de Agronegócio (Abag).
A entidade realiza monitorias constantes nas mídias estrangeiras. Nestes levantamentos, citações um pouco mais negativas em relação a presença de gado e soja na região amazônica. Afora isto, não se encontram referências fortes com o agro nacional. “Não é o agro que tem uma imagem ruim no exterior, é a política ambiental do atual governo. É a política de saúde na questão da Covid-19, é a política direcionada aos indígenas e aos direitos humanos, além de outras ações do atual governo que tem uma imagem muito ruim lá fora”, indica Brito.
O fato é o que desmatamento tem prejudicado diretamente o setor agropecuário. Na opinião do presidente da Abag, o último setor econômico com capacidade de colocar o Brasil entre os três principais players do mundo. “Porque nos outros setores como serviço, indústria e inovação e tecnologia o país já ficou para trás”, ressalta.
O Brasil precisa promover o casamento do agro com o ambiental O Brasil possui uma das produções agrícolas mais sustentáveis do mundo. Só que é preciso compreender que ela está conectada ao tratamento dado as questões ambientais do país. Uma Amazônia bem cuidada transmite uma mensagem positiva para o mundo inteiro. A Amazônia tal qual vem sendo tratada, passa uma imagem altamente negativa, com prejuízos para todos os produtos do país. Normalmente acusado de ser o principal motor desta destruição, o agronegócio tende a adotar posições reativas e não proativas. O seu papel nem sempre é o determinante no processo de desmatamento.