O beneficiamento é mais do que operações para melhorar um lote de sementes. É também oportunidade de mercado de trabalho para os profissionais mais preparados. “Hoje, o profissional de beneficiamento é fundamental nas empresas que buscam alcançar longevidade e a perpetuidade no mercado”.
A avaliação é de Winicius Menegaz, gerente de produção de sementes, da Girassol Agrícola, que foi um dos palestrantes do Painel 8: “Beneficiamento de sementes: evoluções, atualidades e perspectivas”, do XXI Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), realizado de 12 a 15 de setembro, em Curitiba. Realização Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates).
Menegaz apresentou a palestra “Importância do profissional de sementes e desafios do futuro”. Participou ainda do painel, como palestrante, José Francisco Martins, Gestor de Produção e Qualidade de Sementes no Bom Futuro, da Sementes Bom Futuro. A intermediação foi do doutor Geri Eduardo Meneghello, da Universidade Federal de Pelotas.
Em um contexto em que não se admite mais a falta de análise de custos e em que se busca o máximo de eficiência, é exigido muito mais profissionalização pela indústria de beneficiamento. “As sementeiras que buscam esse nível técnico e de eficiência, a maior redução de custos e máxima qualidade, têm que buscar um profissional a altura do empreendimento. Vejo como longevidade, a palavra mais correta para resumir a importância do profissional dentro de uma unidade de beneficiamento”, assegurou Menegaz.
Ele destacou que a profissionalização é um dos maiores gargalos da indústria. “Hoje, buscar profissionais no mercado, que queiram participar no processo de beneficiamento de sementes é um grande desafio. Temos poucos profissionais sendo formados para a indústria de beneficiamento. O agrônomo não está sendo incentivado da maneira correta para buscar esse setor de sementes, que é uma grande oportunidade. O beneficiamento de sementes é um dos cargos mais buscados pelos sementeiros. Talvez, ainda, os jovens recém-formados não perceberam essa oportunidade. As vagas são inúmeras, o conhecimento técnico é escasso, mas acredito que falta um pouco mais de divulgação das oportunidades que estão no mercado”, avaliou.
Já os modelos de beneficiamento no Brasil requerem algumas mudanças, principalmente de conceito, como apontou em sua palestra, José Francisco Martins. “Atualmente, ainda se acha que a indústria de equipamentos está certa, mas, cada produtor tem a sua dinâmica de trabalhar e, com isso, tem que usar as máquinas da forma ideal para classificar a semente e poder entregar o produto com a melhor qualidade possível. Isso gera um impacto financeiro grande porque pode reduzir o tempo de colheita, frete e secagem. Com isso, o produtor vai aproveitar o máximo de sementes dentro da unidade de secagem e, com isso, entregará uma semente melhor em termos de qualificação”, exemplificou Martins. (Imprensa Abrates)