Foram anos difíceis. A imagem da estrutiocultura nacional [ou criação de avestruz] foi bombardeada com os escândalos da extinta Avestruz Master, em 2006. Muitos produtores começaram a abandonar este negócio. A carne de avestruz, desconhecida de muitos brasileiros, ainda não pode ser exportada, logo, o setor se viu abandonado e sem força para crescer. Porém, uma luz se acendeu. A Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil (Acab) está passando por uma forte reestruturação. De acordo com o presidente interino da entidade, Stefano Rocha Volpi, chegou a hora para o crescimento sustentável da estrutiocultura no País. “Em ritmo acelerado estamos entrando em contato com os 422 associados da Acab para saber quem, de fato, ainda atua no setor”, disse. “Com isso, vamos reestruturar nossa entidade, abrir mercados para nossa carne e representar plenamente o avestruz em 2010”.
Novas parcerias – Volpi explica que a exportação da carne de avestruz ainda não é autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), porque não havia um centro cadastrado para fazer análise e controle do produto para, finalmente, haver a criação o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) para o avestruz. “A contratação de um laboratório exigia R$ 500 mil reais dos produtores, e não temos este dinheiro em caixa”, justifica. Segundo ele, o principal pilar para o renascimento da estrutiocultura no País é a parceria com o Laboratório Plantec, de Iracemápolis (SP), que apostou nos rendimentos póstumos dos produtores. “O laboratório, credenciado pelo Mapa, vai fazer as análises necessárias do nosso produto, validar o método junto ao Ministério e, com isso, poderemos pedir uma certificação para exportarmos carne de avestruz”.
De acordo com Volpi, atualmente a estrutiocultura do Brasil está baseada na comercialização de plumas para o mercado interno e na exportação do couro salgado para a Europa. “O continente europeu é o alvo para os produtos do avestruz do Brasil. É nosso maior mercado”, pontua.
Outras ações – Além da reestruturação da entidade e da obtenção do PNCRC, a Acab também está padronizando os cortes da carne de avestruz e trabalha numa legislação única para o setor, junto ao Mapa visando exportação. “Temos um produto de qualidade, mas precisamos trabalhar uniformemente”, explica. “São dois processos em aberto junto ao Ministério, que deverão ser solucionados em breve”.