Redação (12/06/07) – A OIT calcula que há no mundo um contingente de 130 milhões de crianças com idade entre cinco e 15 anos trabalhando hoje no campo. No Brasil, segundo o órgão, são 1,2 milhão de crianças com idade entre cinco e 17 fazendo longas jornadas em fazendas de açúcar, café e algodão, das quais 500 mil com até 15 anos. É, de longe, a maior incidência de trabalho infantil no campo na América do Sul. Os números não incluem crianças que trabalham em propriedades de suas famílias.
Os problemas relacionados a isso ainda não levaram os importadores europeus a impor sanções comerciais ao país, embora as autoridades da União Européia estudem adotar a exigência de certificação para o etanol brasileiro. Atualmente, são pouco relevantes as exportações de açúcar e álcool do Brasil para a UE.
Em sua cruzada contra o trabalho infantil, a OIT assinou ontem, em Genebra, uma série de parcerias com instituições como a FAO (Agência da ONU para Agricultura e Alimentos) e o Ifad (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola) para a estruturação de missões de fiscalização. Também fazem parte do projeto a Federação Internacional de Produtores Agrícolas (Fipa) e o Sindicato Internacional de Alimentos, Agricultura, Hotéis, Restaurantes, Catering, Tabaco e Associações de Trabalhadores Associados (IUF).
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"O trabalho infantil para a agricultura comercial é uma forma inaceitável de emprego", atacou a FAO em um comunicado. "Através de um esforço conjunto, podemos atingir o objetivo de acabar com as piores formas de trabalho infantil até 2016", afirmou Juan Somavia, diretor-geral da OIT. A organização espera que, no futuro breve, a aliança seja ampliada com a participação de outras organizações do setor agrícola.
De acordo com a OIT, o trabalho infantil ajuda, sim, a produzir os alimentos e bebidas consumidas no mundo. Com muita freqüência, as crianças estão expostas a riscos associados à manipulação de pesticidas tóxicos, uso de ferramentas afiadas, utilização de veículos e maquinário pesado. Ainda conforme informações da OIT, "existem zonas rurais onde 20% dos trabalhadores infantis têm menos de 10 anos".
