Redação (19/05/06)- Reunidos no começo da noite de ontem, lideranças do setor pecuarista, dos Sindicatos dos Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo) e do governo do Estado chegaram a um acordo preliminar para um “comércio mais justo e respeitoso” de gado de corte e para a liberação dos escritórios do Instituto de Defesa Aninal (Indea), responsável pela concessão das Guias de Trânsito Animal (GTA).
“Foi uma importante vitória para os pecuaristas, que vinham perdendo poder de barganha com os frigoríficos e deixando a atividade em situação de alto risco”, ponderou o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Jorge Pires de Miranda.
A partir de amanhã, os mais de 50 escritórios do Indea que foram lacrados pelos pecuaristas desde a semana passada serão abertos novamente e o transporte de gado para abate liberado. Sem a liberação, os frigoríficos de Mato Grosso entrariam em colapso.
Hoje, diariamente, as plantas frigoríficas abatem entre 30 e 40 mil animais. Desse total, o mercado regional consome menos de 10% e o restante é destinado à exportação ou para o mercado nacional. Os preços médios atuais da arroba estão em R$ 47 para o boi gordo e R$ 37 para a vaca.
Apenas com o bloqueio dos 50 principais escritórios do Indea, a redução da atividade do setor chegou em quase 70%, segundo dados do próprio Sindifrigo.
“Em menos de quatro dias, com certeza, iria faltar carne nos supermercados e os frigoríficos de Mato Grosso iriam perder, assim como os pecuaristas. Foi um jogo muito arriscado por parte deles (dos pecuaristas), mas ainda bem que chegamos a um acordo”, disse uma liderança do Sindifrigo.
Participaram do encontro da noite de hoje, o secretário de Fazenda, Waldir Júlio Teis, e representantes da Acrimat, Famat, Indea, Sindicatos Rurais e dos frigoríficos.
O acordo preliminar prevê redução dos impostos sobre o boi (Fethab, Fefa e Fabovi), relação transparente com os frigoríficos e pecuarista com relação à política de preços, diminução da zona tampão, além de outros pontos que ainda serão fechados amanhã.
Com o acordo fechado hoje à noite, os pecuaristas darão uma trégua aos frigoríficos até o dia 12 de junho, quando haverá uma nova reunião entre as partes envolvidas no processo para avaliar se houve avanço.