Pesquisadores desenvolveram estudo para produzir energia elétrica utilizando células solares que empregam pigmentos vegetais extraídos de plantas amazônicas, como bujuju, açaí, urucum, jenipapo, murtinha e crajiru. A pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), sendo uma alternativa de baixo custo para a geração elétrica, utilizando materiais orgânicos como fontes renováveis de energia.
Na prática, as células solares fotossensibilizadas por corantes vegetais, que foram baseadas no modelo concebido por Michael Grätzel, substituem os corantes sintéticos à base de metais pesados, que têm custo muito mais elevado.
Desenvolvido no Laboratório de Bioeletrônica e Eletroanálises (Label) da Central Analítica (CA) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o projeto é amparado pelo Programa Universal Amazonas, da Fapeam, conforme o Edital nº 030/2013.
A energia solar é uma das alternativas mais promissoras diante de outras fontes, por ser renovável e limpa. Para o coordenador do projeto, Walter Ricardo Brito, adicionar a seleção de materiais e pigmentos vegetais do Amazonas para aplicar em sistemas sustentáveis de geração de energia é ainda mais compensador.
A pesquisa também visa destacar a capacidade técnica-científica de profissionais da região e estimular o desenvolvimento de estudos na área de produção de energia a partir de tecnologias de última geração.
“A pesquisa e o desenvolvimento em sistemas de células solares, especialmente em regiões como a Amazônia, surgem pela limitação dos recursos energéticos na natureza, o aumento do consumo de energia e o aumento da conscientização para a conservação do meio ambiente”, destaca Brito.
Além de poderem ser aplicadas em painéis solares que captam a luz do sol e a transformam em energia elétrica, as novas células solares sensibilizadas por corantes podem ser utilizadas por meio de diferentes tecnologias.
Mas, a princípio, os pesquisadores acreditam que a nova geração de painéis solares será a opção mais acessível para chegar a comunidades isoladas, sem acesso à eletricidade, representando também um incremento na bioeconomia por meio de uma exploração sustentável dos recursos naturais que a floresta amazônica oferece.