O futuro da indústria de suínos e aves da União Europeia está ameaçado. A forte dependência de soja importada e farelo de soja pode prejudicar os setores, que utilizam estes insumos no processamento de ração animal.
Esta é a opinião de Hugh Burton, gerente de matéria-prima para alimentação de suínos e aves da ABN, uma unidade da Associated British Foods Plc. “Estamos muito dependentes de soja. Se não tivermos cuidado, vamos exportar a nossa indústria de suínos e aves para outros países”, afirmou ontem (28/01, numa conferência da Home-Grown Cereals Authority (HGCA) e Processors and Growers Research Organisation (PGRO).
“Eu acho que nós precisamos olhar muito seriamente em como podemos desenvolver os nossos pulsos e rapemeal para competir melhor com soja na ração para animais”, disse ele numa conferência organizada conjuntamente pela Home-Grown Cereals Authority (HGCA) e de Produtores e Processadores de Pesquisa (Organização PGRO).
Burton disse que a UE produz apenas cerca de 1 milhão de toneladas de soja e importa cerca de 13 milhões de toneladas do grãos e mais 22,5 milhões de toneladas do farelo. “Por quanto tempo esta oferta vai estar lá?” perguntou ele, afirmando que os principais fornecedores, como o Brasil, estão expandindo seus setores de suínos e aves, diminuindo a disponibilidade de soja para exportação.
Os produtores sul-americanos têm tomado uma parte crescente do mercado mundial de soja ao longo dos últimos anos, sendo que o Brasil responde por 25% da produção em 2009, segundo dados do USDA. O Brasil é também a principal fonte de soja convencional, procurada por alguns consumidores na União Europeia, segundo a Reuters.
Burton disse que a aprovação lenta para a importação de novas variedades geneticamente modificadas de soja pela União Europeia é um desafio adicional. As informações são do The Pig Site.